São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Boatos

O mercado de soja foi influenciado ontem por rumores de que o México teria recusado dois navios com produto brasileiro pelos mesmos motivos que a China o fez há duas semanas: mistura de grãos destinados a semente, com alto grau de fungicida, aos destinados a consumo humano.

Portos não confirmam
O Ministério da Agricultura diz que não recebeu nenhum comunicado sobre essa recusa mexicana. Segundo o Mapa, o México tem pouca importância na pauta de exportações de soja brasileira. Já os principais portos brasileiros não confirmam o México na lista de embarques recentes.

Sem confirmação
Logo que surgiu a notícia, uma das multinacionais exportadoras de soja brasileira fez uma checagem no México e concluiu que não houve a recusa. "É mais uma jogada de mercado. Alguém ganhou", diz a empresa.

Em alta
Os boatos sobre a recusa mexicana, o excesso de chuvas nos EUA e as notícias de que a China vai comprar soja norte-americana porque os fretes são mais baratos mexeram com o mercado e provocaram alta de 1,9% em Chicago. O problema, diz um analista, é que os EUA não têm soja para vender agora -só em setembro.

Oferta maior
Os elevados preços dos óleos vegetais vão incentivar o plantio das sete principais oleaginosas na safra 2004/5. A produção pode atingir 356 milhões de toneladas (33 milhões a mais). Só a produção de soja deverá atingir 215 milhões de toneladas, segundo a "Oil World".

Pano de fundo
Quanto melhor o desempenho do agronegócio brasileiro, mais a imprensa internacional e as ONGs (organizações não-governamentais) vinculam esse sucesso ao desmatamento da Amazônia. "Há fortes indícios de que muitas dessas matérias têm como pano de fundo o objetivo de prejudicar a imagem do competitivo agronegócio brasileiro perante o mundo", afirma o Ministério da Agricultura.

Valorização da carne
A carne bovina brasileira "in natura" teve valorização de 36% em abril em relação ao mesmo mês de 2003, segundo dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Já a carne industrializada subiu 15% no período. Em abril, a tonelada de carne "in natura" subiu para US$ 2.186 no mercado internacional. A industrializada foi para US$ 2.157.

Boas receitas
Diante do quadro favorável para a carne bovina brasileira, o país fechou o primeiro quadrimestre com receitas de US$ 667 milhões, segundo Antenor Nogueira, da CNA. As receitas deste ano superaram em 55% as de 2003. Já o volume exportado cresceu para 503 mil toneladas (equivalente-carcaça), com alta de 20%.

Mercado em alta
De acordo com estudo da Anfal-Pet, a produção de rações para cães e gatos atingiu alta de 15% nos primeiros quatro meses deste ano em relação ao mesmo período de 2003, chegando a 458 mil toneladas. Já o faturamento apresentou elevação de 20%.

E-mail: mzafalon@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mercado Financeiro: Dólar tem 3º dia de baixa; risco recua 4,1%
Próximo Texto: Vôo da águia: Juro nos EUA pode ter alta "abrupta", diz FMI
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.