São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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PLATINA

Desconto seria sobre valor atual

Argentina estuda uma nova oferta a credores

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino estuda melhorar a oferta de pagamento da dívida aos credores privados. A oferta feita pelo presidente Néstor Kirchner em setembro do ano passado na reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê o pagamento de 75% dos cerca de US$ 88 bilhões em moratória desde 2001.
A nova proposta está sendo preparada no Ministério da Economia e prevê que o desconto de 75% seja aplicado ao valor líquido da dívida atualizado, ou seja, incluindo os juros, e não sobre o valor de face, como propôs Kirchner. Atualizada, a dívida ultrapassa US$ 100 bilhões.
Segundo a proposta de Kirchner, criticada pelo FMI e mal recebida pelo mercado, que a qualificou de "unilateral", o governo pagaria US$ 8 de cada US$ 100 que deve. Com o novo cálculo, o pagamento subiria para US$ 25, considerando taxa de juros e prazos de pagamento, ambos variáveis.
A oferta é uma sugestão dos bancos que atuam como assessores do governo na reestruturação da dívida e foi publicada ontem pelo jornal "Clarín", mas ainda não foi confirmada pelo governo.
No entanto, há semanas a imprensa e consultores econômicos argentinos especulam que o presidente deverá ceder e aumentar a oferta de pagamento, sob pena de não conseguir a adesão dos credores e, como conseqüência, não renovar o acordo com o FMI, que vence em setembro.
Depois de repetir várias vezes que não mudaria a oferta, o próprio Kirchner chegou a admitir, em entrevista ao jornal "Página 12", no fim de semana, que poderá haver uma mudança na proposta aos credores.
"Estamos discutindo um desconto de 75%, sobre o valor nominal ou presente. Trata-se de uma frente de negociação muito forte", disse o presidente.


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