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PLATINA
Desconto seria sobre valor atual
Argentina estuda uma nova oferta a credores
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino estuda
melhorar a oferta de pagamento
da dívida aos credores privados.
A oferta feita pelo presidente Néstor Kirchner em setembro do ano
passado na reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê o pagamento de 75% dos cerca
de US$ 88 bilhões em moratória
desde 2001.
A nova proposta está sendo preparada no Ministério da Economia e prevê que o desconto de
75% seja aplicado ao valor líquido
da dívida atualizado, ou seja, incluindo os juros, e não sobre o valor de face, como propôs Kirchner. Atualizada, a dívida ultrapassa US$ 100 bilhões.
Segundo a proposta de Kirchner, criticada pelo FMI e mal recebida pelo mercado, que a qualificou de "unilateral", o governo pagaria US$ 8 de cada US$ 100 que
deve. Com o novo cálculo, o pagamento subiria para US$ 25, considerando taxa de juros e prazos de
pagamento, ambos variáveis.
A oferta é uma sugestão dos
bancos que atuam como assessores do governo na reestruturação
da dívida e foi publicada ontem
pelo jornal "Clarín", mas ainda
não foi confirmada pelo governo.
No entanto, há semanas a imprensa e consultores econômicos
argentinos especulam que o presidente deverá ceder e aumentar a
oferta de pagamento, sob pena de
não conseguir a adesão dos credores e, como conseqüência, não
renovar o acordo com o FMI, que
vence em setembro.
Depois de repetir várias vezes
que não mudaria a oferta, o próprio Kirchner chegou a admitir,
em entrevista ao jornal "Página
12", no fim de semana, que poderá haver uma mudança na proposta aos credores.
"Estamos discutindo um desconto de 75%, sobre o valor nominal ou presente. Trata-se de
uma frente de negociação muito
forte", disse o presidente.
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