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Renda do trabalhador cresce pelo 10º mês
Em comparação com abril do ano passado, rendimento médio registra aumento de 4,7%, aponta pesquisa do IBGE
Apesar de melhora, geração de novos postos de trabalho passa por estagnação; taxa de desemprego continuou em 10,4% no mês de abril
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego das
seis maiores regiões metropolitanas do país ficou estável, em
10,4% em abril, segundo dados
divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da estagnação
na geração de novos postos de
trabalho, o rendimento do trabalhador registrou expansão de
0,4%, o terceiro mês seguido de
crescimento. Na comparação
com abril de 2005, o rendimento cresceu 4,7%, o que representa o décimo mês seguido de
alta nessa base de comparação.
Para analistas, a melhora do
rendimento é apoiada em três
fatores: aumento da formalização do mercado de trabalho,
com maior número de trabalhadores com carteira assinada,
inflação sob controle e efeito do
reajuste do salário mínimo.
Em abril, o rendimento chegou a R$ 1.012,50, o que representa o maior valor para um
mês de abril desde 2002. Com o
avanço do rendimento, os ganhos do trabalhador registraram o maior patamar desde dezembro de 2002, quando chegavam a R$ 1.065,15. Segundo
Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa, os resultados de
abril mostraram a melhora na
qualidade do emprego, com aumento do poder de compra do
trabalhador. "A taxa de juros
em queda gerou mais confiança
no investidor. Risco-país controlado, câmbio e uma série de
outros fatores dão sustentabilidade à economia, e isso acaba
se refletindo sobre o mercado
de trabalho", disse. Segundo os
pesquisadores do IBGE, ainda
não é possível definir se a volatilidade do mercado financeiro
em maio deverá ter impactos
significativos sobre a pesquisa.
Segundo o Iedi (Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a renda dos
trabalhadores tem permitido
uma expansão da massa de rendimentos, que atingiu em abril
alta de 6,2% na comparação
com igual mês do ano passado.
Para Guilherme Maia, da
consultoria Tendências, os dados sinalizam alta da produtividade. "Estamos crescendo sem
queda da taxa de desemprego
nem aumento da utilização da
capacidade, há indícios de melhora na produtividade."
Para o Marcelo de Ávila, economista do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada),
o resultado frustrou expectativas. Ele destaca a queda de 84
mil pessoas no mês de abril na
população economicamente
ativa. "O mercado de trabalho
ainda não mostrou recuperação. O principal aspecto positivo pode vir da formalização."
A indústria não acompanhou
o perfil de melhora do mercado
de trabalho. Em São Paulo, a
queda chegou a 4,3% em relação a março, o equivalente a
uma redução de 80 mil vagas.
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