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Crédito para investimento é reduzido em R$ 2,55 bi
Corte fará com que produtores tenham mais dinheiro para outras finalidades
Limite para empréstimos a produtores de soja subiu
de R$ 150 mil e R$ 200 mil, dependendo da região, para R$ 300 mil em todo o país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado pela necessidade de apresentar boas notícias
ao setor rural, o governo antecipou a divulgação do plano para a próxima safra, concluído às
pressas nos últimos dias.
Foram anunciados R$ 50 bilhões em empréstimos para a
agricultura comercial, incluindo custeio, comercialização e
investimentos, além dos R$ 10
bilhões já prometidos para a
agricultura familiar.
O volume, segundo os dados
oficiais, supera em 13% o destinado ao setor no ano passado.
Ironicamente, a crise no setor
rural permitiu ao Ministério da
Agricultura ostentar percentuais mais generosos de crescimento nos recursos voltados
para o custeio e a comercialização da safra.
Devido à queda da renda e ao
aumento do endividamento
dos produtores, o crédito para
investimento será reduzido de
R$ 11,15 bilhões em 2005 para
R$ 8,6 bilhões neste ano -considera-se óbvio que a demanda
por máquinas e equipamentos,
cujo objetivo é expandir a capacidade produtiva, será menor.
Com isso, há mais dinheiro
para as demais finalidades: R$
41,4 bilhões -aumento de 25%
em relação ao ano passado.
Uma das principais reivindicações dos produtores, a queda
dos juros, não foi atendida. A
taxa das operações direcionadas pela legislação continuará
em 8,75% ao ano, baixa para um
país em que os juros do BC estão em 15,75% anuais.
Como paliativo, o governo
elevou o total de recursos a ser
aplicado com o piso dos juros,
de R$ 20,9 bilhões, na safra
passada, para R$ 30,1 bilhões.
Em outra base de comparação, o crédito com taxas tabeladas passou a representar 73%
do total destinado ao custeio e
comercialização, contra 63%
em 2005. A equipe do BC considera excessivo o volume de crédito oficialmente direcionado
no país (por esse raciocínio, juros tabelados em setores favorecidos obrigam o uso de taxas
maiores no resto da economia).
Também foram elevados os
limites para empréstimos no
caso de produtores de soja (de
R$ 150 mil e R$ 200 mil, dependendo da região, para R$ 300
mil em todo o país), avicultores
e suinocultores (nos dois casos,
de R$ 60 mil para R$ 120 mil).
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