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Juros futuros terminam o pregão com forte queda
Mercado ainda tem dúvidas sobre a decisão do Copom
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da melhora do humor
do mercado, o pregão da BM&F
foi bastante movimentado. Os
juros futuros encontraram espaço para recuar, após a considerável elevação de anteontem.
O número de contratos DI
(Depósito Interfinanceiro) girados chegou a quase 1 milhão,
um dos mais altos volumes do
ano. No DI com vencimento
programado para a virada do
ano, a taxa recuou de 15,64%
para 15,29% anuais.
No contrato que vence no
próximo mês, a taxa caiu de
15,48% para 15,40%.
Com a volatilidade do mercado, não há unanimidade de opiniões para a decisão do Copom
na próxima semana. Boa parte
do mercado espera que a taxa
seja reduzida dos atuais 15,75%
para 15,25%. Mas há quem não
descarte a possibilidade de os
juros ficarem inalterados.
"O ambiente mais conturbado pode influenciar essa decisão do Copom, mas não deve alterar a trajetória de queda dos
juros até o final deste ano", diz
Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
O crescimento da turbulência no mercado nesta semana
levou o Tesouro Nacional a realizar leilões de compra e venda
de títulos públicos que não estavam programados.
Segundo avaliação do ministro Guido Mantega (Fazenda),
a estratégia do Tesouro na rolagem da dívida nos últimos dias
foi uma resposta a uma "situação mais estressada". O Tesouro voltou a emitir papéis pós-fixados (LFT), comprou e vendeu títulos corrigidos por índices de preços (NTN-B) -preferidos dos estrangeiros- e suspendeu a venda de títulos prefixados (LTN e NTN-F).
"Isso foi para dar conta de
uma situação mais estressada.
Para acalmar os investidores,
dar segurança a eles. Não é um
retrocesso", declarou o ministro. Ele acrescentou que essa
foi uma situação "pontual" que
exigiu uma resposta "pontual".
"Não quer dizer que vamos voltar a emitir LFT adoidado."
O governo vem tentando reduzir a parcela de títulos pós-fixados na composição da dívida
pública para não sofrer os efeitos negativos de eventuais elevações nas taxas de juros. As
LFTs são corrigidas pela Selic.
Para Mantega, os movimentos realizados pelo Tesouro
nesta semana não significam
mudança de rota. "Episodicamente podemos ter um retrocesso para atender uma situação especial. Mas a situação já
está passando. Portanto, continuaremos nossa rota", disse.
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