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ICMS no destino terá projeto no 2º semestre
Mantega diz que será criado fundo de compensação
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Em encontro ontem com governadores do Nordeste, em
Fortaleza, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que
prevê enviar ao Congresso, no
início do segundo semestre, um
projeto de reforma tributária
que fixe o lugar da cobrança do
ICMS no destino, o que beneficia o Nordeste, e que acabe com
a guerra fiscal.
Para tanto, seria criado também um fundo de compensação aos Estados produtores,
que perderão receitas com a
mudança, como os do Sudeste.
No encontro com os governadores nordestinos, Mantega
se comprometeu a encontrar
um mecanismo para ampliar o
limite de endividamento dos
Estados e, com isso, permitir
que haja mais investimentos.
Mantega disse que a ampliação desses limites não será com
mudanças nem na LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal) nem
no PAF (Programa de Ajuste
Fiscal), que estabelece que o
endividamento só pode ser
igual ou inferior ao valor da receita corrente líquida, nunca
maior.
"Dentro dos marcos da legislação, é possível encontrar uma
margem de flexibilização, em
razão do desempenho fiscal
que os Estados têm tido. Mas
será preciso ver caso a caso",
disse, em entrevista.
Aos governadores, Mantega
também se comprometeu a rever vetos à lei que recriou a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste),
para dotá-la de recursos, estimados em R$ 2 bilhões.
Segundo o ministro, a Sudene seria, assim, mais um instrumento de um futuro plano de
desenvolvimento regional, que
está sendo estudado pelos ministérios da Fazenda e da Integração Nacional, e que deverá
ficar pronto em algumas semanas. Nesse plano, seria incluso
um novo fundo para a região, o
Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, que teria recursos superiores aos da Sudene, segundo o ministro. Ele não
falou em valores.
Após a reunião, os governadores disseram estar otimistas
com a possibilidade de mais investimentos na região. "Soou
como música aos ouvidos a ordem que o presidente Lula deu
a seus ministros para aumentar
o espaço para os governadores
investirem", disse Marcelo Déda (PT-SE).
Para Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB), houve um avanço
na negociação dos governadores com o governo federal.
"Tanto que temas antes proibidos, como esse do endividamento, agora são tratados. O
governo agora sabe que é preciso desafogar Estados e municípios para ampliar os investimentos", disse.
Para Wilma de Faria (PSB-RN), a guerra fiscal, um dos temas tratados no encontro, só
terá fim quando o governo colocar em prática uma política
diferenciada para beneficiar as
regiões menos favorecidas. "Só
vai acabar a guerra fiscal quando houver mais condições de
investimentos."
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