São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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ICMS no destino terá projeto no 2º semestre

Mantega diz que será criado fundo de compensação

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Em encontro ontem com governadores do Nordeste, em Fortaleza, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que prevê enviar ao Congresso, no início do segundo semestre, um projeto de reforma tributária que fixe o lugar da cobrança do ICMS no destino, o que beneficia o Nordeste, e que acabe com a guerra fiscal.
Para tanto, seria criado também um fundo de compensação aos Estados produtores, que perderão receitas com a mudança, como os do Sudeste.
No encontro com os governadores nordestinos, Mantega se comprometeu a encontrar um mecanismo para ampliar o limite de endividamento dos Estados e, com isso, permitir que haja mais investimentos.
Mantega disse que a ampliação desses limites não será com mudanças nem na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) nem no PAF (Programa de Ajuste Fiscal), que estabelece que o endividamento só pode ser igual ou inferior ao valor da receita corrente líquida, nunca maior.
"Dentro dos marcos da legislação, é possível encontrar uma margem de flexibilização, em razão do desempenho fiscal que os Estados têm tido. Mas será preciso ver caso a caso", disse, em entrevista.
Aos governadores, Mantega também se comprometeu a rever vetos à lei que recriou a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), para dotá-la de recursos, estimados em R$ 2 bilhões.
Segundo o ministro, a Sudene seria, assim, mais um instrumento de um futuro plano de desenvolvimento regional, que está sendo estudado pelos ministérios da Fazenda e da Integração Nacional, e que deverá ficar pronto em algumas semanas. Nesse plano, seria incluso um novo fundo para a região, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, que teria recursos superiores aos da Sudene, segundo o ministro. Ele não falou em valores.
Após a reunião, os governadores disseram estar otimistas com a possibilidade de mais investimentos na região. "Soou como música aos ouvidos a ordem que o presidente Lula deu a seus ministros para aumentar o espaço para os governadores investirem", disse Marcelo Déda (PT-SE).
Para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), houve um avanço na negociação dos governadores com o governo federal. "Tanto que temas antes proibidos, como esse do endividamento, agora são tratados. O governo agora sabe que é preciso desafogar Estados e municípios para ampliar os investimentos", disse.
Para Wilma de Faria (PSB-RN), a guerra fiscal, um dos temas tratados no encontro, só terá fim quando o governo colocar em prática uma política diferenciada para beneficiar as regiões menos favorecidas. "Só vai acabar a guerra fiscal quando houver mais condições de investimentos."


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