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Saída de Chávez do FMI dá ganho a investidores
Detentor de bônus pode exigir dinheiro de volta
DA BLOOMBERG
A promessa do presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, de
cancelar a filiação de seu país
ao FMI (Fundo Monetário Internacional) pode violar os termos dos bônus em moeda estrangeira do país, permitindo
que os investidores exijam seu
dinheiro de volta.
A Pacific Investment Management e a Alliance Capital
Management, as duas maiores
detentoras da dívida venezuelana, são as principais entre dezenas de investidores que receberiam de volta uma fortuna
avaliada em US$ 404 milhões,
caso os títulos sejam quitados,
pois detêm bônus que são negociados por valores inferiores
aos de seus valores de face. A
Venezuela possui US$ 6,5 bilhões em notas negociadas com
desconto entre seus US$ 20 bilhões em bônus estrangeiros.
Neste ano, a decisão de Chávez de adquirir o controle de
empresas dos setores de telecomunicação e combustíveis do
país transformou os bônus venezuelanos no segundo papel
de pior desempenho dentre os
de todos os mercados emergentes. O país prometeu permanecer no FMI, pois abandonar o
Fundo desencadearia o "default" técnico, o que permite
aos investidores cobrarem o
valor dos títulos.
Isso porque os documentos
de venda dos bônus contêm
uma cláusula padrão para contratos de mercados emergentes
desde meados da década de
1970, que diz que haverá "default" caso a Venezuela "deixe
de ser membro do FMI ou deixe de ser elegível para usar recursos gerais do FMI".
O presidente venezuelano
"continua implementando
uma agenda radical", disse
Matthew Ryan, que administra
US$ 2,6 bilhões em bônus de
países emergentes na MFS Investment Management.
Chávez poderá recuar de sua
decisão, pois a não-quitação da
dívida do país restringiria a capacidade da Venezuela de tomar empréstimos nos mercados internacionais e eliminaria
o FMI como possível fonte de
recursos para o país.
"O recuo de Chávez faz todo
o sentido, mas, para mim, é difícil imaginá-lo dizendo que fez
besteira", disse Alberto Bernal,
analista de renda fixa para mercados emergentes do Bear
Stearns, em Nova York.
A perspectiva da não-quitação e as exigências dos investidores por pagamento imediato
mantiveram altos os preços de
cinco séries de bônus denominados em dólares e que são negociados abaixo de seu valor de
face, segundo preços divulgados pelo JPMorgan Chase.
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