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Mercado foca indicadores de inflação no Brasil e EUA
Dados devem mostrar consumo fraco nos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana tende a ser menos
intensa no mercado financeiro
internacional. Ao menos se depender da agenda de eventos
econômicos.
A ata da mais recente reunião
do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), divulgada
na semana passada, mexeu bastante com o mercado. O documento indicou que não deve
mais haver cortes de juros nos
EUA. E, pior do que isso, se a inflação se mostrar uma ameaça
persistente, os juros poderão
voltar a subir no país.
Nos EUA serão conhecidos
amanhã dados como o nível de
confiança do consumidor, vendas de imóveis novos em abril e
o índice de atividade do setor
manufatureiro medido pelo
Fed de Richmond.
"Os dados dos Estados Unidos a serem divulgados na semana devem mostrar manutenção da fraqueza no setor
imobiliário, com quedas nas
vendas e nos preços dos imóveis, além de novos recuos na
confiança do consumidor", diz
Elson Teles, economista-chefe
da corretora Concórdia.
"Para o núcleo do deflator
PCE, o índice de inflação preferido pelos integrantes do Fed, o
mercado prevê variação menor, de 0,1% em abril, ante 0,2%
em março, com a taxa em 12
meses mantendo-se em 2,2%",
diz o economista.
O PCE e os dados de gastos
pessoais dos norte-americanos
serão divulgados na sexta-feira,
o que pode fazer com que esse
seja o dia mais agitado da semana. Resultados muito ruins
nesses indicadores podem levar o mercado a temer que os
juros básicos americanos, que
estão em 2% ao ano, sejam elevados em breve.
A principal arma dos bancos
centrais para tentar deter pressões inflacionários é a elevação
das taxas de juros.
Como no Brasil as pressões
inflacionárias também têm incomodado, a quarta-feira será
especialmente relevante para o
mercado. Nesse dia, vai ser divulgado os resultados da terceira quadrissemana do IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
da Fipe. Além disso, o IBGE vai
divulgar o IPCA-15.
Na quinta-feira, vai ser a vez
do IGP-M de maio, medido pela
FGV (Fundação Getulio Vargas). Este será o primeiro indicador de inflação fechado do
mês e a expectativa é que tenha
subido 1,77%.
"Deveremos acompanhar
com atenção a confiança do
consumidor americano e o índice PCE na sexta-feira. Na
agenda interna, destacamos os
índices de inflação IPCA-15 e o
IGP-M de maio, podendo ser
decisiva para a construção das
perspectivas para a política
monetária e para o comportamento das curvas de juros",
afirma a equipe de analistas da
corretora Coinvalores.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos
de juros já têm espelhado as expectativas dos investidores de
que a elevação da inflação pode
acabar fazendo com que o Banco Central suba a taxa básica de
juros brasileira, a Selic, de forma mais intensa.
A taxa Selic está em 11,75%
anuais. Segundo a mais recente
pesquisa Focus, elaborada pelo
BC junto a cem instituições financeiras, a expectativa é que a
taxa Selic esteja em 13,25% no
fim de 2008.
No contrato DI -Depósito
Interfinanceiro, que mostra os
juros futuros- mais negociado
na BM&F, que vence em janeiro de 2010, a taxa subiu de
14,27% para 14,39% na semana
passada. No fim de abril, a taxa
estava em 13,67%.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o
presidente do Banco Central)
vai ocorrer nos dias 3 e 4 de junho. A expectativa é que a taxa
Selic seja elevada em 0,50 ponto percentual.
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