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Brasil é 2º que mais cancela estréia de ações
Maioria das ações que estrearam na Bovespa no ano passado são negociadas hoje abaixo do preço de lançamento
Crise nos mercados globais levou ao cancelamento de 40 novos lançamentos de ações nos EUA e de outros 19 no mercado brasileiro
DA BLOOMBERG
DA REPORTAGEM LOCAL
Mercado acionário de melhor desempenho no mundo, o
Brasil também já se tornou o
segundo que mais cancela ofertas iniciais de ações na Bolsa. As
estréias canceladas no país neste ano só ficaram atrás das suspensas nos EUA.
Nas contas do mercado, 66%
das ações brasileiras lançadas
em 2007 tiveram perdas expressivas durante a crise na
Bolsa. A Norse Energy do Brasil, o Banco Fibra e 17 outras
empresas do Brasil adiaram ou
cancelaram seus IPOs (ofertas
públicas iniciais, na sigla em inglês) em 2008.
Apenas três empresas -Nutriplant, Hypermarcas e Le Lis
Blanc- abriram seu capital, levantando R$ 780 milhões. A Tivit, empresa do grupo Votorantim, retomou seu processo de
IPO. Em 2007, 59 empresas
que estrearam na Bolsa levantaram R$ 53,2 bilhões.
Os investidores abandonaram os IPOs, apesar de o Ibovespa já ter zerado as perdas
com a crise internacional e ter
subido 12% no ano após o grau
de investimento conferido ao
Brasil pela agência Standard &
Poor"s. Mesmo assim, o preço
hoje da maioria das ações emitidas no ano passado estão
abaixo de seu preço de oferta.
Exagero
As companhias brasileiras
que estrearam na Bolsa em
2007, após obterem lucros no
ano anterior, venderam ações a
uma mediana de relação entre
preço e lucro de 40,6 vezes. Essa relação deve ser comparada
com a de 22,4 vezes na China e
com a de 16,9 vezes na Índia,
países que crescem quase o dobro do Brasil.
O ritmo de aberturas de capital normalmente se acelera
quando as ações estão em alta.
Nos EUA, quando o índice
Standard & Poor's 500, que
mede o desempenho das maiores corporações na Bolsa de
Nova York, caiu 3,7% em 2008,
40 empresas americanas desistiram do IPO. No mundo, 59
companhias desistiram de
abrir seu capital nesse ano.
O Índice Bovespa, que mede
o desempenho de 66 ações brasileiras, mais do que sextuplicou desde o final de 2002. No
Brasil, a crescente demanda
por açúcar, aço e petróleo elevou os lucros das empresas
produtoras de commodities. Ao
mesmo tempo, a queda dos juros estimulou a aceleração do
crescimento da economia.
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