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Empresas têm mais dificuldade para alugar escritórios
Consultoria apura preço dos aluguéis 30% maior neste ano em SP, o que dificulta plano de crescimento de companhias
Os três primeiros meses de 2008 alcançaram recorde histórico de ocupação de escritórios corporativos
na capital paulista
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a baixa oferta de imóveis comerciais e o aumento
nos preços dos aluguéis, o mundo corporativo vem enfrentando uma barreira para o seu
crescimento em São Paulo e no
Rio de Janeiro -dois principais
centros econômicos do país.
No primeiro trimestre deste
ano, o preço médio da locação
de imóveis corporativos de alto
padrão na capital paulista variou na faixa de R$ 60 a R$ 90 o
metro quadrado, um aumento
de cerca de 30% em relação ao
mesmo período do ano passado, segundo levantamento da
consultoria imobiliária CB Richard Ellis. Já a taxa de vacância -ou seja, o espaço vago em
escritórios comerciais- caiu de
12,5% no primeiro trimestre de
2007 para 7,3% em 2008, na
mesma comparação.
"As empresas estão desesperadas atrás de novos espaços
porque estão crescendo, mas
têm dificuldade para expandir-se fisicamente", afirma Fernando Terra, gerente de serviços corporativos da CBRE. Segundo ele, 10% é a taxa de vacância "confortável" para equilibrar oferta e demanda.
"O primeiro trimestre de
2008 atingiu recorde histórico
de ocupação de escritórios corporativos em São Paulo", diz
Terra. No período, as empresas
ocuparam 210,2 mil m2, contra
200 mil m2 nos três primeiros
meses do ano passado. Enquanto a demanda está em ritmo acelerado, a oferta de novos
empreendimentos teve desempenho mais fraco.
Os empreendimentos corporativos lançados até março somaram 42,5 mil m2, contra 37
mil m2 no primeiro trimestre
de 2007, segundo a CBRE.
Lilian Feng, consultora da
Jones Lang LaSalle, que também monitora São Paulo e Rio,
afirma que a capital paulista terá 16 novos empreendimentos
comerciais de alto padrão neste ano, ou 260 mil m2, o que deve "desafogar um pouco o mercado de escritórios. A oferta deve ultrapassar em 7% o recorde
de 2003. "Os preços devem se
estabilizar", diz Feng.
Bruno Laskowsky, presidente da CCP (Cyrela Commercial
Properties), acredita que os
preços dos escritórios devem
continuar em alta. Para ele, enquanto o preço médio mensal
do metro quadrado no Brasil
em edifícios de alto-padrão estavam em US$ 51,8, em 2007,
em Londres o aluguel saía por
US$ 158,2. "O Brasil está mais
atrativo, há novas empresas
vindo para cá. Acho que só em
dois ou três anos a oferta estará
em linha com a demanda", diz.
Saturação
No Rio, o mercado corporativo vive um drama. "Com mar
de um lado e montanha de outro, há uma escassez de terrenos", diz Alberto Robalinho, diretor regional da CBRE.
A taxa de vacância ficou em
6,2% no fechamento do primeiro trimestre do ano, contra
8,5% nos três primeiros meses
do ano passado. O volume de
espaços vagos decresceu, porque houve uma ocupação de
19,3 mil m2 no período, mas a
oferta de novos empreendimentos foi zero.
Para Robalinho, a situação
faz com que construtoras, que
antes atuavam exclusivamente
no mercado residencial, passem a incluir edifícios comerciais em seus portfólios. "Será
possível equilibrar, mas ainda
não o suficiente."
Feng, da LaSalle, diz que
uma das alternativas na cidade
é a reforma de empreendimentos antigos, mas há restrições,
porque o padrão desses prédios
nem sempre atende às necessidades das empresas mais modernas. Segundo ela, ainda é
possível realizar uma expansão
na chamada Cidade Nova, mas,
para isso, o governo precisará
realizar interferências ambientais e sociais a fim de garantir
melhorias na área.
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