São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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Déficit externo é o menor desde 97

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit em transações correntes do Brasil -um dos principais indicadores da vulnerabilidade externa de um país- atingiu, em maio, seu nível mais baixo em quase cinco anos. Segundo dados do BC, o déficit acumulado nos últimos 12 meses chegou a 3,7% do PIB, ou US$ 19,027 bilhões, o menor desde outubro de 1997.
A melhora no resultado das contas externas é consequência, principalmente, dos melhores resultados obtidos pela balança comercial. Entre janeiro e maio, as exportações superaram as importações em US$ 1,933 bilhão. O BC estima que, no ano, o superávit vá chegar a US$ 5 bilhões.
A alta do dólar e o desaquecimento da economia têm sido os principais motivos da redução no déficit externo do país. A desvalorização do real torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior, estimulando as exportações. Por outro lado, os importados ficam caros em reais, reduzindo o volume de encomendas para fornecedores estrangeiros.
A queda nas importações também é influenciada pela redução no nível de atividade econômica. Com o país crescendo menos, as empresas produzem menos e compram menos matérias-primas no exterior. Além disso, o desaquecimento reduz a renda da população, que passa a consumir menos produtos importados.
A conta de transações correntes é formada pela balança comercial (exportações menos importações), balança de serviços (viagens internacionais, pagamento de juros e remessas de lucros e dividendos, entre outros) e transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes no exterior, e vice-versa).
Além da melhora no resultado da balança comercial, a redução do déficit externo também é explicada pela redução do déficit na balança de serviços. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, deve ocorrer neste ano uma redução dos gastos com fretes utilizados no embarque de mercadorias para o exterior.
No ano passado, o fluxo de comércio exterior -exportações mais importações- somou US$ 113,8 bilhões. Com isso, os gastos com fretes ficaram em US$ 2,956 bilhões. Neste ano, espera-se uma queda tanto nas importações quanto nas exportações. De acordo com o BC, o fluxo de comércio deve ficar em US$ 111,4 bilhões, o que deve fazer com que as despesas com transportes caiam para aproximadamente US$ 2 bilhões.



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