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Companhias rolam só 58% da dívida externa
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As empresas brasileiras conseguiram renovar apenas 58% do
total de empréstimos externos
que venceram entre janeiro e
maio deste ano, segundo o Banco
Central. Dos US$ 9,196 bilhões em
compromissos externos que venceram, somente US$ 5,32 bilhões
foram renovados. O restante foi
quitado. Os números se referem a
empréstimos de médio e longo
prazos (com prazo de vencimento
superior a um ano). Não incluem
as dívidas contraídas pelo setor
público e os créditos ligados a
operações de comércio exterior.
De acordo com estimativas do
BC, as empresas conseguirão renovar US$ 15,87 bilhões dos US$
22,3 bilhões que vencem ao longo
do ano. Ou seja, serão renovados
71% dos créditos que vencem em
2002. Portanto, as empresas precisaram buscar no mercado cerca
de US$ 6,5 bilhões para pagar o
que não será renovado.
No ano passado, as empresas
conseguiram rolar quase todas as
dívidas no exterior. Em 2001, venceram US$ 25,4 bilhões em créditos de médio e longo prazos, substituídos por novos financiamentos no valor de US$ 24,5 bilhões.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes, "a queda [na rolagem da dívida" é reflexo da turbulência do mercado".
Os US$ 6,454 bilhões que o setor
privado não vão renovar podem
ser cobertos por meio de empréstimos no mercado interno ou por
empréstimos de curto prazo no
mercado internacional.
Há dois meses, o BC projetava
uma saída de US$ 566 milhões do
país em capitais de curto prazo.
Na ocasião, esperava-se que empresas trocassem financiamentos
de curto prazo por empréstimos
com vencimento mais longo.
Agora, o BC diz que vai ocorrer
o oposto: deve entrar no país US$
1,593 bilhão em capitais de curto
prazo para substituir parte das linhas de financiamento de prazos
mais longos que não puderam ser
renovadas pelo setor privado.
O aumento da dívida pública,
combinado com a incerteza sobre
o futuro da política econômica
em 2003, tem feito com que os investidores evitem colocar dinheiro no Brasil. Quando o fazem, cobram juros elevados.
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