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DERIVADOS
Com aquisição, estatal passará a ter 21,4% do mercado de distribuição de gás de cozinha e 40% do de combustíveis
Petrobras paga US$ 450 mi pela Agip no país
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de meses de negociação,
a Petrobras anunciou ontem a
compra das operações da italiana
Agip no Brasil por US$ 450 milhões. Com o negócio, a estatal
passará a ter 21,4% do mercado de
distribuição de gás de cozinha e
40% do de combustíveis.
A aquisição representa a primeira iniciativa de peso da Petrobras no segmento de distribuição
de gás de cozinha, representando
movimento de estatização de parte do setor. Hoje, a distribuição de
GLP é o único elo da cadeia do
qual a estatal estava praticamente
fora -tinha apenas 0,4% desse
mercado, restrito ao segmento industrial.
"Nossa ausência no atendimento ao consumidor domiciliar de
GLP não tem lógica. Todas as
grandes corporações de petróleo
do mundo operam de forma integrada", afirmou, em nota, José
Eduardo Dutra, presidente da Petrobras.
Aprovação unânime
A aquisição foi aprovada ontem
por unanimidade pelo conselho
de administração da Petrobras,
embora nos últimos dias tenham
surgido rumores no mercado de
que parte do governo seria contra
a aquisição, pois remeteria divisas
ao exterior e não geraria novos
empregos. Esse foi o primeiro
grande negócio da estatal sob a
gestão do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
De acordo com a assessoria de
imprensa do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o negócio terá de passar pela
aprovação do Sistema Brasileiro
de Defesa da Concorrência, por
envolver empresas com faturamento superior a R$ 400 milhões
anuais.
Segundo nota da Petrobras, a
iniciativa do conselho de administração da estatal italiana ENI,
controladora da Agip, de se desfazer das operações no Brasil, "precipitou a decisão já tomada de reforçar a posição no mercado de
GLP".
Com a compra da Agip, que ainda depende da assinatura final do
acordo entre as duas empresas, a
Petrobras vai assumir as marcas
Liquigás, Tropigás e Novogás.
Passará a ser a terceira maior
distribuidora de gás de cozinha
no país -atrás da brasileira Ultragás (24,3%) e da holandesa
SHV (23,6%), dona da marca Minasgás e sócia da Supergasbrás.
A estatal entra num ramo muito
concentrado -as seis maiores
empresas têm mais de 95% do
mercado.
A estatal também aumentará
em quatro pontos percentuais sua
participação na distribuição de
combustíveis, que hoje, segundo
o Sindicom (Sindicato Nacional
das Empresas Distribuidoras de
Combustíveis e Lubrificantes), é
de 36,6%.
Serão incorporados à rede BR
1.600 postos da marca Agip, localizados em dez Estados. Além disso, a Petrobras expandirá em 3%
sua presença no segmento de lubrificantes.
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