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Senado adia aprovação de pacote na Argentina
ROGERIO WASSERMANN
DE BUENOS AIRES
O Senado argentino decidiu ontem adiar, até pelo menos a próxima terça-feira, a discussão do
projeto de ajuste fiscal proposto
pelo governo. A Câmara dos Deputados já havia aprovado o projeto na madrugada de sábado.
O adiamento frustra os planos
do governo de ver o projeto aprovado rapidamente, para dar aos
mercados financeiros um sinal de
apoio político ao seu plano de
cortes de gastos para atingir o déficit fiscal zero.
Durante todo o dia, o governo
ainda tentou convencer os senadores a votar ontem o projeto,
mas resistências ao plano de cortes, na oposição e dentro da própria base do governo, impediram
um consenso. Permanecia o impasse em torno da fixação do piso
a partir do qual serão cortados os
salários dos funcionários públicos
e as aposentadorias.
O governo insiste em estabelecer um piso de US$ 500 para os
cortes e condicionar um possível
aumento para US$ 1.000 no mês
seguinte a um aumento da arrecadação fiscal. Mas os senadores
oposicionistas e parte dos senadores da Aliança (a coalizão governista) condicionam a aprovação do projeto à fixação de um piso de US$ 1.000 já neste mês.
Numa última tentativa de convencer os senadores a votar o projeto, o presidente Fernando de la
Rúa enviou uma carta a todos os
69 senadores, no início da noite,
afirmando que a demora na aprovação do projeto "traz consequências negativas".
Na carta, De la Rúa prometeu
ainda que todas as economias
conseguidas pelo governo em outras áreas seriam destinadas a elevar o piso de cortes das aposentadorias "o quanto antes".
"Concordamos com a decisão
de buscar um déficit fiscal zero,
mas não podem fazê-lo com descontos em empregados do Estado
e nas aposentadorias", afirmou o
líder no Senado do oposicionista
Partido Justicialista (PJ), José Luis
Gioja.
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