São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2001

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Senado adia aprovação de pacote na Argentina

ROGERIO WASSERMANN
DE BUENOS AIRES

O Senado argentino decidiu ontem adiar, até pelo menos a próxima terça-feira, a discussão do projeto de ajuste fiscal proposto pelo governo. A Câmara dos Deputados já havia aprovado o projeto na madrugada de sábado.
O adiamento frustra os planos do governo de ver o projeto aprovado rapidamente, para dar aos mercados financeiros um sinal de apoio político ao seu plano de cortes de gastos para atingir o déficit fiscal zero.
Durante todo o dia, o governo ainda tentou convencer os senadores a votar ontem o projeto, mas resistências ao plano de cortes, na oposição e dentro da própria base do governo, impediram um consenso. Permanecia o impasse em torno da fixação do piso a partir do qual serão cortados os salários dos funcionários públicos e as aposentadorias.
O governo insiste em estabelecer um piso de US$ 500 para os cortes e condicionar um possível aumento para US$ 1.000 no mês seguinte a um aumento da arrecadação fiscal. Mas os senadores oposicionistas e parte dos senadores da Aliança (a coalizão governista) condicionam a aprovação do projeto à fixação de um piso de US$ 1.000 já neste mês.
Numa última tentativa de convencer os senadores a votar o projeto, o presidente Fernando de la Rúa enviou uma carta a todos os 69 senadores, no início da noite, afirmando que a demora na aprovação do projeto "traz consequências negativas".
Na carta, De la Rúa prometeu ainda que todas as economias conseguidas pelo governo em outras áreas seriam destinadas a elevar o piso de cortes das aposentadorias "o quanto antes".
"Concordamos com a decisão de buscar um déficit fiscal zero, mas não podem fazê-lo com descontos em empregados do Estado e nas aposentadorias", afirmou o líder no Senado do oposicionista Partido Justicialista (PJ), José Luis Gioja.



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