São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa vive novo dia de turbulência, mas se recupera um pouco com expectativa de acordo com FMI

Bancos puxam queda de 2,73% da Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Como o mercado mesmo já previa na quarta-feira, a valorização das Bolsas internacionais e domésticas naquele dia não sinalizava uma mudança de tendência e sim um pequeno ajuste.
Mais uma vez acompanhando os mercados internacionais, a Bovespa caiu 2,73%. O giro financeiro se manteve um pouco acima da média, em R$ 605,364 milhões.
Além da crise externa, também atingiu os negócios com ações a especulação em torno de pesquisas de intenção de voto. Os boatos eram que o Ibope confirmaria o isolamento de Ciro Gomes (PPS) no segundo lugar na preferência do eleitorado, ultrapassando o candidato do governo, José Serra (PSDB). A forte alta do dólar, que superou os R$ 3 durante as negociações ontem, também azedou os negócios. A Bolsa chegou a cair 4,5%. Reduziu as perdas diante da especulação de que Brasil e FMI estariam perto de um acordo envolvendo US$ 20 bilhões.
As ações que mais sofreram ontem foram as do setor bancário. Itaú PN e Bradesco PN se desvalorizaram em 9,5%, cada um.
A forte deterioração dos C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, que chegou a passar dos 4% durante o dia, e o novo salto do risco-país, que subiu mais 5,6% ontem, influenciaram o desempenho dos papéis financeiros. Os bancos domésticos têm forte exposição em títulos públicos e são prejudicados pela desconfiança em relação à capacidade de o governo brasileiro arcar com sua dívida. Além disso, as taxas do cupom cambial, uma projeção do valor da taxa de juros em dólar, subiram forte -de 17,8% para 21,1%. Os bancos têm forte atuação neste mercado.
A agência de avaliação de risco Standard & Poor's divulgou nota afirmando que os bancos brasileiros passam por um período de turbulência, devido à volatilidade do mercado e à alta do dólar.
A Bovespa fechou ontem a 9.665 pontos. O Ibovespa futuro para agosto, negociado na BM&F, encerrou a 9.707 pontos. A pequena diferença entre os índices é característica de um mercado turbulento. Há um forte apetite de venda de ações e uma disposição mínima para encarar apostas para o futuro, já que as incertezas no curto prazo são muito grandes. As projeções para os juros também subiram. Os contratos para janeiro de 2003 passaram de 22,19% para 22,38%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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