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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa vive novo dia de turbulência, mas se recupera um pouco com expectativa de acordo com FMI
Bancos puxam queda de 2,73% da Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
Como o mercado mesmo já
previa na quarta-feira, a valorização das Bolsas internacionais e
domésticas naquele dia não sinalizava uma mudança de tendência
e sim um pequeno ajuste.
Mais uma vez acompanhando
os mercados internacionais, a Bovespa caiu 2,73%. O giro financeiro se manteve um pouco acima da
média, em R$ 605,364 milhões.
Além da crise externa, também
atingiu os negócios com ações a
especulação em torno de pesquisas de intenção de voto. Os boatos
eram que o Ibope confirmaria o
isolamento de Ciro Gomes (PPS)
no segundo lugar na preferência
do eleitorado, ultrapassando o
candidato do governo, José Serra
(PSDB). A forte alta do dólar, que
superou os R$ 3 durante as negociações ontem, também azedou
os negócios. A Bolsa chegou a cair
4,5%. Reduziu as perdas diante da
especulação de que Brasil e FMI
estariam perto de um acordo envolvendo US$ 20 bilhões.
As ações que mais sofreram ontem foram as do setor bancário.
Itaú PN e Bradesco PN se desvalorizaram em 9,5%, cada um.
A forte deterioração dos C-Bonds, títulos da dívida externa
brasileira, que chegou a passar
dos 4% durante o dia, e o novo
salto do risco-país, que subiu
mais 5,6% ontem, influenciaram
o desempenho dos papéis financeiros. Os bancos domésticos têm
forte exposição em títulos públicos e são prejudicados pela desconfiança em relação à capacidade de o governo brasileiro arcar
com sua dívida. Além disso, as taxas do cupom cambial, uma projeção do valor da taxa de juros em
dólar, subiram forte -de 17,8%
para 21,1%. Os bancos têm forte
atuação neste mercado.
A agência de avaliação de risco
Standard & Poor's divulgou nota
afirmando que os bancos brasileiros passam por um período de
turbulência, devido à volatilidade
do mercado e à alta do dólar.
A Bovespa fechou ontem a
9.665 pontos. O Ibovespa futuro
para agosto, negociado na
BM&F, encerrou a 9.707 pontos.
A pequena diferença entre os índices é característica de um mercado turbulento. Há um forte
apetite de venda de ações e uma
disposição mínima para encarar
apostas para o futuro, já que as incertezas no curto prazo são muito
grandes. As projeções para os juros também subiram. Os contratos para janeiro de 2003 passaram de 22,19% para 22,38%.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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