São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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Só 14% das firmas dão aumento real

DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas uma pequena parte das empresas concedeu, nos últimos meses, aumento salarial real (além da inflação) para seus trabalhadores no país. Dados da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu mostram que, de 152 companhias entrevistadas, só 14% deram reajustes além da taxa da inflação. O dobro disso (28%), entretanto, concedeu reposição parcial da inflação ou simplesmente não liberou nenhum reajuste. E o restante (58%) repassou a alta da inflação para os salários.
As últimas pesquisas sobre o tema, realizadas por sindicatos com mais de 300 categorias profissionais, mostravam que de 30% a 35% das categorias recebiam aumentos salariais que não repunham nem mesmo as perdas com a alta nos preços.
Ou seja, ainda há dificuldade de os trabalhadores recuperarem todo o poder de compra perdido.
Além disso, cresce entre os executivos a política de concessão de reajustes diferentes para os cargos dentro das companhias. Segundo o levantamento da consultoria, entre aquelas empresas que deram aumento além da inflação, 24% concederam reajustes escalonados por faixa salarial.
Ou seja, alguns ganharam mais, outros menos. Isso pode aumentar o abismo salarial entre os funcionários de uma mesma empresa ou departamento, caso os aumentos sejam mais elevados para aqueles que já possuem bons salários. Para alguns especialistas na área de carreiras, esse movimento, no entanto, será cada vez mais normal.
Segundo eles, os aumentos escalonados são necessários, pois se transformaram numa forma de valorizar empregados que atingiram as metas propostas pelas empresas.
A atual pesquisa levou em consideração as empresas que concederam reajuste salarial coletivo até a última data-base anterior a maio de 2002.
Para os próximos acordos coletivos, ninguém fala em não conceder aumentos aos empregados. Segundo o trabalho, 16% das companhias pretendem liberar um reajuste parcial da inflação. Outros 51% pretendem seguir o que ficar definido nas convenções coletivas -possivelmente uma reposição inflacionária.

Avanço da terceirização
Além da questão salarial, outros dados foram abordados na pesquisa. Segundo os técnicos, 78% das empresas ouvidas já terceirizaram a área de alimentação e de transporte, 35% terceirizaram a área de seleção de pessoal e 30% a de relações trabalhistas.
As reestruturações continuam na ordem do dia: 47% das empresas estão em período de reformulação de áreas ou criação de novas unidades de negócios.



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