São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2000


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AVIAÇÃO
Restrição ao subsídio atinge 10% da carteira de encomendas e não ameaça posição da empresa, afirma executivo
Embraer deve subir preço com fim do Proex

VÂNIA CARVALHO
DA FOLHA VALE

O presidente da Embraer, Maurício Botelho, disse ontem que a empresa poderá elevar os preços dos seus aviões devido às restrições impostas pela OMC (Organização Mundial de Comércio) ao Proex (sistema de financiamento às exportações).
O Proex permite que a empresa venda aviões com financiamentos a juros menores do que os do mercado.
Segundo ele, uma modificação nos preços não vai alterar a posição da empresa no mercado. "Nossos aviões continuarão sendo competitivos. Ninguém compra financiamento, compra produtos confiáveis", disse o presidente da Embraer.
Botelho não informou o percentual de aumento de preços.
De acordo com ele, a decisão de restrições ao Proex atingiu 10% da carteira de encomendas da empresa. Ele disse que isso equivale a 40 aviões, num valor aproximado de US$ 700 milhões.
As aeronaves foram comercializadas após novembro do ano passado, quando a OMC condenou o incentivo do Proex e o programa sofreu a primeira mudança no percentual dos juros.
De acordo com ele, o número de negócios comprometidos é muito pequeno em relação à carteira de contratos da empresa, que chega a US$ 20 bilhões.
Para Botelho, os preços das aeronaves são referências e variam de acordo com a quantidade de unidades negociadas.
Ele afirmou que os investimentos na empresa, que devem chegar a US$ 1,315 bilhão nos próximos cinco anos, vão garantir o desenvolvimento de produtos e competitividade.
Segundo Botelho, o projeto do ERJ-190-200, com capacidade para 108 passageiros, vai permitir à empresa concorrer no mercado com a Boeing. O novo avião vai ter sua primeira unidade entregue em junho de 2004.

Defesa
Outra área em que a empresa vai investir é a de aviões de defesa. O presidente da Embraer disse que vai desenvolver junto com a Dassault, empresa francesa que compõe o consórcio que adquiriu 20% das ações da empresa brasileira no ano passado, um modelo avançado do Mirage 2000.
O jato supersônico deve se chamar FX e só será montado, segundo Botelho, caso a Embraer consiga vencer a concorrência da FAB (Força Aérea Brasileira), que vai comprar no próximo ano 24 caças supersônicos, num contrato de US$ 600 milhões.
Além do modelo Mirage, estão na disputa os americanos F-16 e F-18, o russo Sukhoy e o inglês Grippen.


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