|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AVIAÇÃO
Restrição ao subsídio atinge 10% da carteira de encomendas e não ameaça posição da empresa, afirma executivo
Embraer deve subir preço com fim do Proex
VÂNIA CARVALHO
DA FOLHA VALE
O presidente da Embraer, Maurício Botelho, disse ontem que a
empresa poderá elevar os preços
dos seus aviões devido às restrições impostas pela OMC (Organização Mundial de Comércio) ao
Proex (sistema de financiamento
às exportações).
O Proex permite que a empresa
venda aviões com financiamentos
a juros menores do que os do
mercado.
Segundo ele, uma modificação
nos preços não vai alterar a posição da empresa no mercado.
"Nossos aviões continuarão sendo competitivos. Ninguém compra financiamento, compra produtos confiáveis", disse o presidente da Embraer.
Botelho não informou o percentual de aumento de preços.
De acordo com ele, a decisão de
restrições ao Proex atingiu 10% da
carteira de encomendas da empresa. Ele disse que isso equivale a
40 aviões, num valor aproximado
de US$ 700 milhões.
As aeronaves foram comercializadas após novembro do ano passado, quando a OMC condenou o
incentivo do Proex e o programa
sofreu a primeira mudança no
percentual dos juros.
De acordo com ele, o número de
negócios comprometidos é muito
pequeno em relação à carteira de
contratos da empresa, que chega a
US$ 20 bilhões.
Para Botelho, os preços das aeronaves são referências e variam
de acordo com a quantidade de
unidades negociadas.
Ele afirmou que os investimentos na empresa, que devem chegar a US$ 1,315 bilhão nos próximos cinco anos, vão garantir o desenvolvimento de produtos e
competitividade.
Segundo Botelho, o projeto do
ERJ-190-200, com capacidade para 108 passageiros, vai permitir à
empresa concorrer no mercado
com a Boeing. O novo avião vai
ter sua primeira unidade entregue
em junho de 2004.
Defesa
Outra área em que a empresa
vai investir é a de aviões de defesa.
O presidente da Embraer disse
que vai desenvolver junto com a
Dassault, empresa francesa que
compõe o consórcio que adquiriu
20% das ações da empresa brasileira no ano passado, um modelo
avançado do Mirage 2000.
O jato supersônico deve se chamar FX e só será montado, segundo Botelho, caso a Embraer consiga vencer a concorrência da FAB
(Força Aérea Brasileira), que vai
comprar no próximo ano 24 caças
supersônicos, num contrato de
US$ 600 milhões.
Além do modelo Mirage, estão
na disputa os americanos F-16 e
F-18, o russo Sukhoy e o inglês
Grippen.
Texto Anterior: Governador gaúcho se queixa de ministro em carta enviada a FHC Próximo Texto: Panorâmica: PIB será maior que inflação em 2001, diz Malan Índice
|