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NOVO CONSENSO
Para John Williamson, Brasil tem de flexibilizar mercado de trabalho
Analista quer mais liberalização na AL
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos caminhos para a América Latina sair da estagnação econômica é ampliar a liberalização
iniciada nos anos 90. A afirmação
parte do economista inglês John
Williamson, 66, pai do receituário
liberal conhecido como Consenso
de Washington.
Para o Brasil, a cartilha de Williamson sugere a flexibilização do
mercado de trabalho. "A rigidez
dos regulamentos faz com que
muitos trabalhadores sejam empurrados para o mercado informal. Seria bem mais justo reduzir
o nível de proteção da lei para aumentar o número de trabalhadores com emprego no setor formal", disse, em português, ontem,
durante seminário promovido
pela Faap (Fundação Armando
Álvares Penteado), em São Paulo.
As outras receitas fazem parte
daquilo que o meio acadêmico
tem chamado de "Novo Consenso de Washington". O economista, porém, prefere empregar expressão que considera "mais neutra": agenda. "O termo Consenso
de Washington tornou-se indefinido e ficou estigmatizado".
A adoção de políticas anticíclicas nos moldes keynesianos
(maiores investimentos do Estado quando a economia vai mal e a
redução nos momentos de prosperidade) está no rol das medidas
defendidas por Williamson.
"A razão principal da estagnação na América Latina, inclusive
no Brasil, é a série de crises que a
região tem sofrido. Uma das
preocupações da política macroeconômica deve ser evitar isso."
Apesar de defender o Consenso
de Washington -estabelecido
em 1989-, o economista diz que
"é necessário reconhecer que o
objetivo da política não deve ser
só a estabilidade dos preços, como na visão monetarista. E, tenho
que confessar, no Consenso de
Washington, mas também a estabilidade da economia real", diz.
Para implementar essas políticas no Brasil, no entanto, ele pondera: "É preciso esperar um boom
econômico. Mesmo quando esse
momento chegar, é importante
manter a preocupação com o superávit primário".
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