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CRISE NO AR
Justiça julga ação da aérea
Lessa desvincula ajuda à Varig da decisão do STJ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, disse ontem em Campinas que
um possível socorro financeiro do
governo federal à Varig não está
condicionado a uma decisão do
STJ (Superior Tribunal de Justiça)
na batalha travada entre a empresa de aviação e a União.
O STJ analisa o direito de a Varig receber uma indenização estimada em R$ 2,236 bilhões por
perdas que alega ter sofrido com o
controle de tarifas de antigos planos econômicos, de 1985 a 1992.
"[O socorro financeiro] não está
condicionado de maneira nenhuma. O tempo da decisão do STJ
corre por conta da lógica do próprio Judiciário. A questão da aviação comercial envolve o Ministério da Defesa e a Casa Civil."
Lessa sugeriu, no entanto, que o
possível financiamento da empresa pelo BNDES possa ser facilitado caso a Varig ganhe a ação.
"Uma companhia aérea, para
funcionar muito bem, deve ter
entre US$ 600 milhões e US$ 700
milhões de capital de giro. Agora,
não pode é ter o peso de heranças
passadas porque senão não decola. Para o BNDES, é perfeitamente
financiável uma empresa que voe
em céu de brigadeiro", disse.
"Vôo em céu de brigadeiro é
aquele em que não há turbulência", explicou Lessa.
O presidente do BNDES voltou
a arriscar um prazo para que a
questão de socorro ou não esteja
definida. "Quero fazer um prognóstico de que a questão estará resolvida nos próximos 45, 50 ou 60
dias. Ela [questão] já tem suficiente concentração de esforços do
governo federal para que o governo bata o martelo", disse.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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