São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Com moeda enfraquecida, fundos cambiais têm perdido recursos; Bolsa fecha com alta de 0,82%

Dólar volta ao nível de abril e fecha a R$ 2,95

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu quarto dia consecutivo de baixa, o dólar fechou ontem a R$ 2,952, menor valor desde 30 de abril. No mês, a moeda americana acumula recuo de 2,83%.
Essa perda de força do dólar diante do real tem tido uma resposta dos investidores, que sacam seus recursos dos fundos cambiais (aplicações que acompanham a oscilação da moeda). Em agosto, até o dia 20, a captação líquida -diferença entre aplicações e saques- dessas aplicações ficou negativa em R$ 518,8 milhões, o que representa cerca de 10% do patrimônio total da categoria. Os dados são da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
Com o risco-país em níveis menores, o mercado espera que um maior número de operações de captação de recursos sejam concluídas. Isso cria uma expectativa de que, ao menos, o dólar se mantenha nos atuais níveis. Na terça-feira, o Bradesco iniciou uma operação para captar US$ 50 milhões. É esperado também que o governo brasileiro aproveite o momento para realizar uma nova emissão de títulos no exterior.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, onde as ações de empresas de telecomunicações concentraram as atenções, o balanço foi positivo. O Ibovespa -principal índice e referência do mercado- registrou alta de 0,82%.
O resultado das contas externas brasileiras e a baixa do petróleo no mercado internacional foram as notícias positivas do dia. Para hoje, é aguardada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), ocorrida no dia 18. O documento trará informações sobre as variáveis consideradas pelo BC para manter por mais um mês a taxa básica em 16% ao ano.

Ações
Os papéis das teles foram destaque do pregão, impulsionados pelo anúncio de oferta pública de recompra das ações que fazem parte da Vivo.
Entre as cinco maiores altas do dia, quatro ficaram com teles. O Itel (índice que acompanha o desempenho das empresas de telefonia) registrou alta de 1,7%.
"Passado esse primeiro impacto, acho que essas ações devem se acalmar nos próximos dias. A operação anunciada já era esperada havia algum tempo pelos investidores", diz Michel Campanella, analista da corretora Socopa. (FABRICIO VIEIRA)


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