São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004

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NEGÓCIOS

Necessidade de reestruturação leva Ponto Frio, Champion e Pão de Açúcar a reduzir número de pontos-de-venda

Grandes redes de varejo decidem fechar lojas

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As maiores redes de varejo do país fecharam dezenas lojas que estão no vermelho como parte de um processo final de reestruturação de seus negócios. Concorrência acirrada e a maré de desempenhos fracos levaram as companhias a baixarem as portas. Foi um volume considerável.
O Ponto Frio, "após um criterioso estudo", fechou 20 pontos-de-venda no país, segundo o balancete relativo ao período de abril a junho. São lojas com faturamento em queda, sendo duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Quatorze pontos deixaram de existir no Sul do país.
Ao final de junho, mês com o último dado disponível, a rede estava com 333 pontos e 260 mil metros quadrados em área de vendas. Em junho de 2003, eram 354 pontos-de-venda com área total de 261,5 mil metros quadrados.
A direção do Ponto Frio, que em 2003 foi alvo de fortes rumores sobre a venda do negócio, não quis comentar o assunto. A assessoria de imprensa informou que esse processo de fechamento de lojas se concentrou em pontos deficitários da cadeia gaúcha Disapel, adquirida em 2000, e faz parte de um projeto de reestruturação da rede.
No setor de supermercados, a cadeia Champion, pertencente ao Carrefour, fechou 20 pontos de venda nos últimos tempos, segundo o diretor-superintendente da empresa Jean Marc Pueyo. O processo de fechamento começou nos primeiros meses de 2003 e se estendeu por 18 meses (o que equivale a cerca de uma loja por mês). "Eram lojas deficitárias e que estavam fora de nosso plano de reestruturação", disse Pueyo.
O Champion tem 98 unidades hoje. Em setembro de 2003, portanto, há um ano, possuía 110. Ainda não há um plano de abertura de pontos para a rede em 2005. Novas unidades não foram abertas em 2004.
Na rede concorrente, o grupo Pão de Açúcar, a mudança ocorreu no CompreBem Barateiro. Em maio a cadeira fechou oito lojas, após um período de quatro meses de debates internos sobre o reposicionamento da bandeira. Nesse processo, foi definido não só o fechamento dos pontos mas o fim da marca Barateiro e a manutenção do nome CompreBem.
"A minha tolerância para loja deficitária é zero. Odeio esse esporte de fechar lojas, mas não tem jeito", diz Hugo Bethlem, diretor-executivo do CompreBem.
Nesse cenário, pesa a concorrência entre as empresas -há lojas rivais disputando o mesmo quarteirão das grandes capitais. Isso tem exigido operações enxutas e tolerância reduzida a lojas com vendas em queda.


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