São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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CUT quer acordos contra "listas negras"

DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT vai incluir nos acordos e convenções coletivas que serão feitos na campanha salarial deste ano uma cláusula contra a prática de "listas negras".
O objetivo é reforçar e preservar o direito dos trabalhadores de moverem ações trabalhistas sem serem discriminados por isso. Procurada pela central, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) informou que enviará nota às empresas, condenando essa prática.
"Ao negociar com os sindicatos e as federações patronais, queremos o compromisso, por escrito, de que as empresas não vão adotar essa atitude discriminatória e inconstitucional", disse o presidente da CUT, João Felício. "Os presidentes dos sindicatos patronais terão de assumir que as empresas não vão fazer perseguições políticas aos trabalhadores."
Há três semanas, a Folha publicou reportagem mostrando que as empresas formam uma espécie de cartel antiemprego, ao listar aqueles que reclamam na Justiça do Trabalho e impedir sua contratação. Os nomes dos trabalhadores eram conseguidos por meio de sites da Justiça do Trabalho.
A Procuradoria Geral do Trabalho já conduz 182 investigações em 20 Estados a partir de denúncias de trabalhadores. O Ministério do Trabalho informou que vai buscar o apoio da Polícia Federal para preparar operações de flagrante e autuar empresas que fazem "listas negras".
As empresas podem ser punidas por discriminação e por crime contra a organização do trabalho.

Apoio
Felício e sindicalistas da CUT se reuniram na segunda-feira com o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, para buscar apoio da entidade contra as "listas negras".
"Essa prática é um absurdo e depõe contra o avanço nas relações capital-trabalho. Vamos lutar para que essa atitude seja extinta", afirmou o presidente da federação, por meio de sua assessoria de imprensa.
Piva também informou que não tem conhecimento dessa prática nas empresas pertencentes à base da Fiesp, mas que irá encaminhar aos sindicatos e às empresas associadas nota em repúdio às listas. (CR)

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