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PREÇOS
Equipe econômica diz que câmbio ainda não produz aumentos generalizados e conta com real mais forte após eleição
Para governo, dólar só pressiona alimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo acredita em um recuo na cotação do dólar após as
eleições para evitar uma explosão
de preços no próximo ano. A avaliação de integrantes da equipe
econômica é que os efeitos da alta
da moeda americana se concentram, por enquanto, nos preços
dos alimentos. Assessores do Ministério da Fazenda afirmam que
a fraca demanda não tem permitido que haja um impacto generalizado nos preços provocado pela
disparada do dólar.
Em um quadro de crescimento
econômico modesto, as pessoas
consomem menos, e as empresas
seguram o repasse de aumentos
para não reduzir ainda mais o
consumo. A exceção vale para
produtos como alimentos, por
exemplo. Além da elevação do
dólar -que afeta o preço de itens
como o trigo e, por consequência
o de seus derivados-, o aumento
dos preços de alguns produtos no
mercado internacional elevou os
preços internos. É o caso da soja.
O raciocínio também vale para
os combustíveis. A iminência de
uma guerra entre os EUA e o Iraque vem provocando a alta do
barril de petróleo no mercado externo. Isso deve levar a Petrobras
a reajustar os preços do combustíveis. O presidente da estatal,
Francisco Gros, tem afirmado que
espera apenas o momento de
maior equilíbrio nos preços internacionais e na cotação do dólar
para definir o ajuste.
Para assessores da equipe econômica, a desvalorização do real
deverá provocar aumento maior
das tarifas públicas no próximo
ano. A expectativa, entretanto, é a
de um repasse gradual, eliminando a possibilidade de uma explosão de preços. Entrariam na lista
itens como energia e telefonia.
Os medicamentos, que têm os
preços congelados pelo governo,
também aguardam reajuste no
início do ano que vem. A indústria farmacêutica vem pedindo o
repasse imediato da alta do dólar
aos preços. O repasse gradual para os preços aconteceria porque,
de acordo com a Fazenda, o governo trabalha com uma curva
descendente para o dólar nas semanas seguintes ao término das
eleições presidenciais.
Pelo cenário traçado pela equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda), a inflação continuará
pressionada nos próximos meses.
O que se espera é que a queda do
dólar ocorra, servindo como um
"amortecedor" para a inflação,
cujos índices também cairiam.
(JULIANNA SOFIA)
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