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Tesouro descobre erro de
R$ 1,1 bi em suas contas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tesouro Nacional anunciou
ontem que descobriu um erro de
R$ 1,1 bilhão no resultado das
contas públicas de julho. A descoberta elevou o superávit primário
-ou a economia de receitas para
pagamento de juros da dívida-
de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,8 bilhões no mês. No mês passado, o
superávit de R$ 2,6 bilhões ajudou
a elevar para R$ 34,7 bilhões o
acumulado no ano.
De acordo com o secretário do
Tesouro, Joaquim Levy, foram repassados R$ 970 milhões para o
BNDES fazer empréstimos a distribuidoras de energia elétrica. O
dinheiro foi registrado como uma
despesa comum quando deveria
ter sido registrado como uma despesa financeira, que não tem efeitos sobre os gastos normais.
Segundo Levy, se o dinheiro fosse repassado para as distribuidoras diretamente, o gasto teria que
entrar nas contas. "Isso acontece,
é natural. Já teve um erro maior
em 2001", disse. O secretário explicou que o restante da diferença
não foi identificado porque se refere a gastos menores.
O governo central (Tesouro,
Previdência Social e Banco Central) cumpriu com folga a meta de
superávit estabelecida para o período janeiro-agosto, que era de
R$ 30,5 bilhões. Foram acumulados R$ 34,7 bilhões.
Em agosto, o saldo foi de R$ 2,6
bilhões, 86% maior que no mesmo mês do ano passado. O resultado teria sido melhor não fosse o
déficit de R$ 2,2 bilhões da Previdência, o segundo maior do ano.
Até agosto, o déficit previdenciário em relação ao PIB (Produto
Interno Bruto) foi de 1,39%. Em
2002, esse déficit era de 1,11%.
"Está claro que o déficit aumentou por causa do reajuste no valor
dos benefícios", disse. Em 2004,
Levy espera um aumento da arrecadação da Previdência com o
reaquecimento da economia.
No ano, as receitas e as despesas
do governo estão menores que as
registradas em 2002 (em relação
ao PIB), mas o superávit primário
aumentou de 3,9% para 4,8%.
Levy informou que o governo
poderá fazer um ajuste nas metas
acertadas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para setembro por causa da redução da
previsão de crescimento da economia.
No ano, todo o setor público
(governo, empresas estatais, Estados e municípios) terá um alívio
de R$ 1,65 bilhão na meta de superávit que era de R$ 68 bilhões.
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