|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RECEITA ORTODOXA
Gradualismo continuará sendo adotado nos cortes da Selic
BC sinaliza que juro cairá "devagar"
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de quatro cortes seguidos na taxa Selic (taxa básica de
juros do país), o Banco Central
afirma que já vê sinais de retomada do crescimento econômico e
que os juros estão cada vez mais
próximos do patamar "que deve
vigorar no médio prazo".
O Banco Central diz também
que o "gradualismo" continuará
norteando a condução da política
monetária, num sinal de que os
juros não devem sofrer reduções
expressivas de agora em diante.
As informações constam na ata
da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do
BC), documento que expõe os fatores que levaram ao corte de dois
pontos percentuais nos juros na
semana passada, quando a taxa
caiu para 20% ao ano.
Segundo a análise do Banco
Central, a inflação já dá sinais claros de arrefecimento. "A inflação
está em trajetória de queda, tendendo a se estabilizar em patamares mais baixos", diz o documento, com base no comportamento
dos índices de preços divulgados
nas últimas semanas.
A queda do dólar também favorece o controle da inflação. Graças
ao movimento da taxa de câmbio,
foram reduzidas as projeções para o reajuste esperado neste ano
para a gasolina (de 4,9% para
2,2%), para o gás de cozinha (de
5,8% para 5,4%) e para as tarifas
de energia (de 22,3% para 20,8%).
Reajustes salariais
Por outro lado, o Banco Central
volta a dizer que a principal ameaça ao controle da inflação está ligada aos reajustes salariais previstos para este ano.
Ao enumerar os principais riscos à estabilidade dos preços, são
citados "importantes dissídios coletivos" previstos para o último
trimestre. Para o BC, caso os reajustes salariais sejam concedidos
com base nos índices de preços
acumulados nos últimos meses,
haverá pressão inflacionária.
Apesar do cenário otimista associado à inflação, o BC defende
uma queda gradual nos juros.
Dois motivos são apresentados
para justificar o "gradualismo":
os sinais de recuperação no nível
de atividade que já se observam e
a necessidade de evitar que uma
queda muito forte nas taxas faça
com que o aumento do consumo
traga de volta a inflação.
"Para que a estabilidade de preços possa se manter em um horizonte mais longo, o crescimento
da demanda deve continuar sendo compatível com as condições
de oferta", diz o Banco Central.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Trabalho: Desemprego em SP vai a 20%, pior resultado para agosto desde 1985 Índice
|