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São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

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RECEITA ORTODOXA

Gradualismo continuará sendo adotado nos cortes da Selic

BC sinaliza que juro cairá "devagar"

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de quatro cortes seguidos na taxa Selic (taxa básica de juros do país), o Banco Central afirma que já vê sinais de retomada do crescimento econômico e que os juros estão cada vez mais próximos do patamar "que deve vigorar no médio prazo".
O Banco Central diz também que o "gradualismo" continuará norteando a condução da política monetária, num sinal de que os juros não devem sofrer reduções expressivas de agora em diante.
As informações constam na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), documento que expõe os fatores que levaram ao corte de dois pontos percentuais nos juros na semana passada, quando a taxa caiu para 20% ao ano.
Segundo a análise do Banco Central, a inflação já dá sinais claros de arrefecimento. "A inflação está em trajetória de queda, tendendo a se estabilizar em patamares mais baixos", diz o documento, com base no comportamento dos índices de preços divulgados nas últimas semanas.
A queda do dólar também favorece o controle da inflação. Graças ao movimento da taxa de câmbio, foram reduzidas as projeções para o reajuste esperado neste ano para a gasolina (de 4,9% para 2,2%), para o gás de cozinha (de 5,8% para 5,4%) e para as tarifas de energia (de 22,3% para 20,8%).

Reajustes salariais
Por outro lado, o Banco Central volta a dizer que a principal ameaça ao controle da inflação está ligada aos reajustes salariais previstos para este ano.
Ao enumerar os principais riscos à estabilidade dos preços, são citados "importantes dissídios coletivos" previstos para o último trimestre. Para o BC, caso os reajustes salariais sejam concedidos com base nos índices de preços acumulados nos últimos meses, haverá pressão inflacionária.
Apesar do cenário otimista associado à inflação, o BC defende uma queda gradual nos juros. Dois motivos são apresentados para justificar o "gradualismo": os sinais de recuperação no nível de atividade que já se observam e a necessidade de evitar que uma queda muito forte nas taxas faça com que o aumento do consumo traga de volta a inflação.
"Para que a estabilidade de preços possa se manter em um horizonte mais longo, o crescimento da demanda deve continuar sendo compatível com as condições de oferta", diz o Banco Central.


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