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Oi avança em São Paulo, e Vivo, no país
Líder, Vivo aumenta cobertura para outros Estados e diz que planeja começar a operar nos demais locais em menos de um ano
Aquisições são bem
recebidas no mercado, e
ações da Telemar sobem
1,12%; papéis da Vivo
registram alta de 4,07%
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A Oi, ex-Telemar, será a
quinta operadora de celular no
Estado de São Paulo. A empresa arrematou ontem por R$
80,55 milhões, em leilão feito
pela Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações), freqüências para operar telefonia
móvel em todo o Estado.
No mercado paulista, liderado pela Vivo, também atuam
TIM e Claro. A Unicel, que arrematou a licença para a área
metropolitana em fevereiro,
por R$ 93,8 milhões, ainda não
iniciou as suas operações.
Quarta maior empresa de telefonia celular do país, a Oi detém 13,12% do mercado, segundo a Anatel, ficando atrás de Vivo (28,05%), TIM (25,71%) e
Claro (24,76%).
Em outro leilão, a Vivo, operadora líder do mercado nacional, comprou faixas em seis Estados do Nordeste, o que lhe
permitirá ter cobertura em todo o Brasil. Depois de operar
anos com sua rede estrangulada, a Vivo levou ainda freqüências em Estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além
de Acre, Rondônia e Tocantins
-a Vivo já havia passado a operar em Minas Gerais ao comprar a Telemig, em agosto.
Os movimentos foram bem
recebidos pelo mercado. No
pregão da Bolsa, as ações preferenciais da Vivo estiveram entre os principais destaques, ao
registrar valorização de 4,07%.
As ações preferenciais da Telemar subiram 1,12%.
Além de arrematar a faixa para São Paulo, a ser usada para a
chamada segunda geração da
telefonia -que é a oferecida pelas operadoras hoje-, a Oi levou uma freqüência para a região de Franca (SP) e chegou a
ser declarada vencedora no leilão para faixas exclusivas no interior de São Paulo, com uma
oferta de R$ 42,39 milhões. Este último lote, porém, foi suspenso depois que a Unicel, que
também participava da disputa,
apresentou recurso.
Em nota, a Oi declarou que a
redução no valor das outorgas,
a queda no preço dos equipamentos para a rede GSM (padrão europeu, o mais usado no
mundo) e a valorização do real
contribuíram para a decisão de
entrar no mercado paulista.
Cobertura nacional
O presidente da Vivo, Roberto Lima, disse que a empresa
começará a operar nos seis Estados do Nordeste em que ainda não atua em menos de um
ano. A empresa pagou R$ 13,01
milhões por faixas em Alagoas,
Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Lima não quis dar detalhes
sobre a estratégia para operar
na região, mas disse que a marca já é forte mesmo onde a empresa ainda não está.
"Nossa marca é conhecida
porque toda a propaganda da
empresa é nacional. Passamos
agora a ter cobertura nacional,
e isso nos coloca em pé de igualdade para competir pelo cliente, com serviço de qualidade."
O leilão de freqüências da
chamada segunda geração era
essencial para a Vivo, que poderá agora aumentar sua rede. A
empresa estava estrangulada,
operando em 850 MHz, faixa
considerada ainda de primeira
geração. Em 2001, a Anatel leiloou freqüências da segunda
geração, em 1.800 MHz, que,
em todo o mundo, são utilizadas para a tecnologia GSM.
Na época, todas as operadoras compraram freqüências para GSM e expandiram suas redes, mas a Vivo continuou com
a tecnologia CDMA -a Vivo é a
única a usar o padrão americano no Brasil-, o que a impedia
de entrar no Nordeste e em Minas Gerais, enquanto a Anatel
não fizesse um novo leilão.
Com a licitação, a Vivo comprou freqüências na qual poderá, além de ampliar sua rede
CDMA, montar novas redes
com a tecnologia GSM -só no
fim de 2006 a companhia começou a utilizar o padrão. "Provavelmente [no Nordeste] será
GSM. Temos alternativa de fazer nas duas tecnologias, o que
é ótimo", disse Lima.
Apesar de a Vivo focar investimentos em CDMA, a tecnologia GSM consolidou sua liderança em agosto, segundo a Anatel, com 73% do mercado.
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