DO "NEW YORK TIMES"

O Washington Mutual, a instituição financeira que se tornou um dos símbolos dos excessos no mercado de hipotecas, sofreu intervenção federal na noite de ontem, no que é, de longe, a maior falência de um banco da história dos EUA.
Ao mesmo tempo, os reguladores acertaram a venda emergencial de praticamente todos os ativos do Washington Mutual -a maior instituição de depósitos de empréstimos, com US$ 307 bilhões de ativos- para o JPMorgan Chase, em uma operação de US$ 1,9 bilhão.
O JPMorgan Chase -que comprou o Bear Stearns em março, em uma negociação coordenada pelo Fed (o banco central dos EUA)- vai assumir a partir de hoje todas as agências do Washington Mutual. Ele vai ainda adquirir todos os depósitos do Washington Mutual, que tem forte presença na Costa-Oeste, uma das metas de expansão do JPMorgan.
A falência do Washington Mutual é a maior da história dos bancos dos EUA, superando até mesmo as registradas durante a crise do setor na década de 1980. O IndyMac, que sofreu intervenção em junho, tinha um décimo do tamanho do Washington Mutual.
A operação de emergência, realizada pela FDIC (órgão responsável por garantir as operações do setor bancário nos EUA), foi realizada, segundo pessoas envolvidas no acordo, para que o governo não tivesse que intervir novamente no setor, como aconteceu, por exemplo, na semana passada com a seguradora AIG. O acordo foi feito sem conhecimento do banco. O seu presidente-executivo estava voando de Nova York para Seattle no momento em que o negócio foi fechado.
O governo vinha tentando nas últimas semanas convencer o banco a negociar uma venda, especialmente da concordata do Lehman Brothers. Nos últimos dias, o Wa- shington Mutual vinha conversando com várias instituições, mas nenhuma concretizou uma oferta de compra. As ações da instituição financeira caíram 87,58% neste ano.


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