MAURO ZAFALON
da Redação

A taxa de deflação está diminuindo em São Paulo, mas em ritmo menor do que o previsto. A queda de preços no acumulado de 30 dias está em 0,73%, como mostraram os dados da Fipe referentes à terceira quadrissemana do mês.
Essa resistência da taxa de deflação fez os técnicos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) refazerem novamente a previsão para setembro.
Agora, a instituição prevê deflação de 0,50% neste mês. Se essa taxa for confirmada, a queda acumulada dos preços nos nove primeiros meses do ano subiria para 1,10%.
Com isso, a taxa de inflação de 98 ficaria próxima de zero, uma vez que o aumento acumulado dos preços no último trimestre deste ano não deve ultrapassar 1,10%, prevê Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Essas previsões, no entanto, de nada valem se o governo aumentar os impostos e promover mudanças no câmbio. Essas duas opções que o governo tem para diminuir os efeitos da crise financeira internacional sobre o Brasil podem ter impacto sobre os preços, segundo o economista da Fipe.
Para Heron do Carmo, a defesa do Real é importante para não permitir a volta da inflação. O retorno geraria um imposto inflacionário e uma piora no consumo e no emprego.
A taxa de deflação está acima do previsto porque os alimentos ainda continuam com queda de preços, diz Heron do Carmo. Na terceira quadrissemana, ou seja, nos últimos 30 dias até 22 deste mês, os alimentos caíram 0,31%. Mas essa tendência deve mudar nas próximas semanas porque o setor já começa a receber o impacto do aumentos dos preços da carne bovina (já subiram 1,92%).
Os demais setores analisados pela Fipe também continuam com deflação no período, à exceção de educação. O reajuste de preços dos materiais escolares forçou a alta de 0,12% nesse setor.



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