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GASOLINA
Mercado será aberto em agosto
Petrobras vai liberar
importação em 2000
FÁBIO ZANINI
de Londres
O presidente da Petrobras, Henri Reichstul, disse ontem que a
importação de gasolina e diesel
será liberada a partir de agosto do
ano que vem. Hoje, apenas a Petrobras pode importar estes combustíveis e vendê-los no mercado
brasileiro.
"A liberação da importação será
o grande teste para a Petrobras. A
partir de agosto de 2000, o mercado de gasolina e diesel vai ficar livre", afirmou Reichstul, em Londres, onde manteve contatos com
analistas de mercado de petróleo.
Multinacionais como Shell e Texaco, por exemplo, vão poder agir
livremente. "O preço da gasolina
vai ficar liberado. Quem quiser
vai poder importar, quem quiser
comprar da Petrobras vai ter esta
opção também. Vamos poder
vender mais barato para quem
quiser comprar em grande quantidade, por exemplo", disse.
Mas o presidente fez uma ressalva, afirmando que a simples liberação não significa que o preço
final ao consumidor necessariamente vai cair.
"Isso depende muito mais de
como estiverem os preços internacionais do petróleo", disse.
A Petrobras trabalha com o cenário de que, no período entre
2000 e 2005, o preço do barril tipo
brent, referência para o mercado
internacional, ficará em torno de
US$ 15. Ontem, o barril do brent
fechou cotado a US$ 22,94.
O preço do petróleo está alto
por causa da diminuição de produção decidida pela Opep (Organização dos Países Exportadores
de Petróleo).
O presidente da Petrobras admitiu que a recente alta do dólar
está gerando pressão sobre o preço dos combustíveis, mas não fez
nenhuma previsão sobre novos
aumentos.
"Juntando a desvalorização do
dólar com a subida do preço do
petróleo, houve um crescimento
de 380% no custo do barril em
reais neste ano, mas a gasolina aumentou 65%. Isto gera pressão
por novos aumentos".
Reichstul anunciou ainda que a
venda de 34% do capital da Petrobras que excedem o controle acionário da União (51%) será "pulverizada", e não destinada exclusivamente a grupos que têm interesse na área.
"Já estamos nos organizando
para fazer essa venda, que tem
despertado bastante interesse entre investidores estrangeiros com
quem tenho conversado", afirmou.
A venda das ações deve ocorrer
em meados do ano que vem, e a
estimativa inicial do mercado é
que possa render pelo menos R$ 5
bilhões.
Bons resultados
O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional
continuam garantindo bons resultados às petrolíferas em todo o
mundo.
A Mobil, segunda maior petrolífera dos EUA, anunciou que seu
lucro cresceu 42% no terceiro trimestre deste ano em relação a
igual período de 98.
O lucro da Texaco, por sua vez,
mais que dobrou no período.
A empresa é a terceira maior petrólifera norte-americana.
A espanhola Repsol, dona da
petrólifera argentina YPF, registrou lucro 59% maior.
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