São Paulo, Terça-feira, 26 de Outubro de 1999
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GASOLINA

Mercado será aberto em agosto

Petrobras vai liberar importação em 2000

FÁBIO ZANINI
de Londres

O presidente da Petrobras, Henri Reichstul, disse ontem que a importação de gasolina e diesel será liberada a partir de agosto do ano que vem. Hoje, apenas a Petrobras pode importar estes combustíveis e vendê-los no mercado brasileiro.
"A liberação da importação será o grande teste para a Petrobras. A partir de agosto de 2000, o mercado de gasolina e diesel vai ficar livre", afirmou Reichstul, em Londres, onde manteve contatos com analistas de mercado de petróleo.
Multinacionais como Shell e Texaco, por exemplo, vão poder agir livremente. "O preço da gasolina vai ficar liberado. Quem quiser vai poder importar, quem quiser comprar da Petrobras vai ter esta opção também. Vamos poder vender mais barato para quem quiser comprar em grande quantidade, por exemplo", disse.
Mas o presidente fez uma ressalva, afirmando que a simples liberação não significa que o preço final ao consumidor necessariamente vai cair.
"Isso depende muito mais de como estiverem os preços internacionais do petróleo", disse.
A Petrobras trabalha com o cenário de que, no período entre 2000 e 2005, o preço do barril tipo brent, referência para o mercado internacional, ficará em torno de US$ 15. Ontem, o barril do brent fechou cotado a US$ 22,94.
O preço do petróleo está alto por causa da diminuição de produção decidida pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
O presidente da Petrobras admitiu que a recente alta do dólar está gerando pressão sobre o preço dos combustíveis, mas não fez nenhuma previsão sobre novos aumentos.
"Juntando a desvalorização do dólar com a subida do preço do petróleo, houve um crescimento de 380% no custo do barril em reais neste ano, mas a gasolina aumentou 65%. Isto gera pressão por novos aumentos".
Reichstul anunciou ainda que a venda de 34% do capital da Petrobras que excedem o controle acionário da União (51%) será "pulverizada", e não destinada exclusivamente a grupos que têm interesse na área.
"Já estamos nos organizando para fazer essa venda, que tem despertado bastante interesse entre investidores estrangeiros com quem tenho conversado", afirmou.
A venda das ações deve ocorrer em meados do ano que vem, e a estimativa inicial do mercado é que possa render pelo menos R$ 5 bilhões.

Bons resultados
O aumento dos preços do petróleo no mercado internacional continuam garantindo bons resultados às petrolíferas em todo o mundo.
A Mobil, segunda maior petrolífera dos EUA, anunciou que seu lucro cresceu 42% no terceiro trimestre deste ano em relação a igual período de 98.
O lucro da Texaco, por sua vez, mais que dobrou no período.
A empresa é a terceira maior petrólifera norte-americana.
A espanhola Repsol, dona da petrólifera argentina YPF, registrou lucro 59% maior.


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