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Malan acha que compromisso do PT é para valer
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem considerar que a melhora do humor
do mercado financeiro se deve
à percepção, ainda que tardia,
de que o país conseguiu realizar um "extremo ajuste nas
contas externas".
O ministro afirmou, ainda
que de modo indireto, que o
mercado tem recebido melhor
as propostas do PT.
Em referência às promessas
do PT, Malan afirmou que "os
sinais de vozes sensatas" de que
"talvez os compromissos, que
foram apresentados por escrito, talvez sejam para valer".
Segundo Malan, o déficit corrente do Brasil cairá para US$
11 bilhões neste ano -contra
US$ 33 bilhões em 1998-,
principalmente por causa do
aumento do saldo da balança
comercial.
Assim como o presidente
Fernando Henrique Cardoso,
Malan criticou "os céticos" que
dizem que as exportações só
avançaram por causa do câmbio. Para Malan, o que houve
foi um "extraordinário" ganho
de competitividade.
Em relação à dívida externa,
Malan voltou a dizer que ela "é
perfeitamente administrável".
"O Brasil não tem necessidade de restruturação [da sua dívida]." Para Malan, a discussão
sobre uma eventual renegociação da dívida só traz mais turbulência para a economia.
"Essa idéia é uma grande
confusão. Há muita falta de conhecimento [dos investidores
internacionais] em relação à
dívida brasileira", disse.
Segundo ele, a dívida externa
é toda de médio ou longo prazo
e já foi renegociada.
Apesar das declarações de
Malan, o futuro secretário de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, Arno Meyer,
avalia que o mercado financeiro ainda não assimilou o "efeito Lula", embora as declarações da equipe do presidenciável petista nos últimos dias tenham contribuído para acalmar os investidores.
Meyer assumirá na próxima
semana o comando da secretaria, que vinha sendo conduzida
por José Guilherme Reis. Reis
ocupará um cargo na OIT (Organização Internacional do
Trabalho) em Genebra.
"Não acredito que o mercado
já tenha assimilado o "efeito Lula". Na medida em que o governo eleito, der sinais claros do
que pretende fazer e, se isso
acalmar os mercados, aí sim
haverá assimilação do novo governo", disse à Folha.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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