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ÁGUIA EM TRANSE
Dados do Departamento de Comércio indicam que empresas relutam em investir e consumidores, em gastar
Demanda fraca reduz encomendas nos EUA
DA REDAÇÃO
Dois indicadores ampliaram as
preocupações sobre a atividade
econômica norte-americana nos
próximos meses. As encomendas
de bens duráveis sofreram a
maior queda desde novembro,
um sinal de baixa demanda hoje,
enquanto a confiança do consumidor norte-americano sobre a
economia do país se encontra no
nível mais baixo dos últimos nove
anos, um indicador de baixa demanda no futuro.
"Os números são preocupantes", disse Dana Johnson, diretora
de pesquisas do Banc One Capital
Markets. "Na melhor das hipóteses, o que temos aqui é uma economia contraditória."
Nas primeiras horas do pregão
da Bolsa de Nova York, as más
notícias econômicas derrubaram
os preços das ações, mas, ao final
do dia, os mercados norte-americanos fecharam no azul. Dessa
maneira, as principais Bolsas dos
Estados Unidos obtiveram sua
terceira semana consecutiva de
alta. O índice Dow Jones subiu
1,5%, e a Nasdaq ganhou 2,5%.
Segundo o Departamento de
Comércio dos EUA, os pedidos de
bens duráveis caíram 5,9% em setembro, o dobro do estimado pelos analistas. O tombo foi puxado
pela redução nas encomendas de
veículos e de aviões. Excetuando-se transportes, a queda nos pedidos seria de 1%.
As encomendas de duráveis,
junto com o nível de desemprego,
são um dos principais indicadores observados pelo comitê de política monetária do Federal Reserve (o banco central norte-americano). A próxima reunião do Fed
ocorrerá dia 6 de novembro.
O relatório do Departamento de
Comércio mostra um desempenho fraco em várias categorias, e
não apenas em transportes, numa
evidência de que o nível de investimentos segue tímido e não esboça uma recuperação. Os pedidos
de computadores e equipamentos
eletrônicos recuaram 6%.
"A hesitação dos empresários,
que teve início em junho, agora se
agravou", disse Ram Bhagavatula,
economista-chefe do Royal Bank
of Scotland Financial Markets.
Pressões como os escândalos
contábeis e a possível guerra contra o Iraque, além da própria instabilidade da recuperação econômica dos EUA, tornam os empresários relutantes em investir.
Ao mesmo tempo, os consumidores relutam em gastar. O índice
de confiança apurado pela Universidade de Michigan caiu de
86,1 pontos em setembro para
80,6 pontos neste mês (o pior em
nove anos).
Com agências internacionais
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