São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Dados do Departamento de Comércio indicam que empresas relutam em investir e consumidores, em gastar

Demanda fraca reduz encomendas nos EUA

DA REDAÇÃO

Dois indicadores ampliaram as preocupações sobre a atividade econômica norte-americana nos próximos meses. As encomendas de bens duráveis sofreram a maior queda desde novembro, um sinal de baixa demanda hoje, enquanto a confiança do consumidor norte-americano sobre a economia do país se encontra no nível mais baixo dos últimos nove anos, um indicador de baixa demanda no futuro.
"Os números são preocupantes", disse Dana Johnson, diretora de pesquisas do Banc One Capital Markets. "Na melhor das hipóteses, o que temos aqui é uma economia contraditória."
Nas primeiras horas do pregão da Bolsa de Nova York, as más notícias econômicas derrubaram os preços das ações, mas, ao final do dia, os mercados norte-americanos fecharam no azul. Dessa maneira, as principais Bolsas dos Estados Unidos obtiveram sua terceira semana consecutiva de alta. O índice Dow Jones subiu 1,5%, e a Nasdaq ganhou 2,5%.
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, os pedidos de bens duráveis caíram 5,9% em setembro, o dobro do estimado pelos analistas. O tombo foi puxado pela redução nas encomendas de veículos e de aviões. Excetuando-se transportes, a queda nos pedidos seria de 1%.
As encomendas de duráveis, junto com o nível de desemprego, são um dos principais indicadores observados pelo comitê de política monetária do Federal Reserve (o banco central norte-americano). A próxima reunião do Fed ocorrerá dia 6 de novembro.
O relatório do Departamento de Comércio mostra um desempenho fraco em várias categorias, e não apenas em transportes, numa evidência de que o nível de investimentos segue tímido e não esboça uma recuperação. Os pedidos de computadores e equipamentos eletrônicos recuaram 6%.
"A hesitação dos empresários, que teve início em junho, agora se agravou", disse Ram Bhagavatula, economista-chefe do Royal Bank of Scotland Financial Markets.
Pressões como os escândalos contábeis e a possível guerra contra o Iraque, além da própria instabilidade da recuperação econômica dos EUA, tornam os empresários relutantes em investir.
Ao mesmo tempo, os consumidores relutam em gastar. O índice de confiança apurado pela Universidade de Michigan caiu de 86,1 pontos em setembro para 80,6 pontos neste mês (o pior em nove anos).


Com agências internacionais

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