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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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IBGE e Fundação Seade buscam recursos para estender pesquisas

DA REPORTAGEM LOCAL

A interiorização da economia brasileira levou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados do Estado de São Paulo) a estudar a possibilidade de estender pesquisas de emprego ao interior do país. Isso não foi feito até agora, informam, por falta de recursos.
O IBGE, que realiza a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) mensalmente em seis regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife), pretende lançar em 2006 uma pesquisa de emprego que vai abranger os 27 Estados brasileiros.
O custo estimado dessa pesquisa é de R$ 11 milhões anuais. Para colocá-la em prática, serão necessários outros R$ 5 milhões, diz Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa de emprego do IBGE.
O custo da PME anual, diz ele, é da ordem de R$ 2,4 milhões -ou R$ 200 mil por mês- nas seis áreas nas quais são realizadas a pesquisa. O custo da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), realizada uma vez por ano, é de R$ 6 milhões. Pereira diz que a nova pesquisa de emprego deverá ser financiada pelo governo e por ministérios por meio de convênios.
A população ocupada pesquisada pela PME representa, segundo ele, 25% da população ocupada do país. A população com carteira assinada, 34,2%. Os sem-carteira, 23,9%. Os trabalhadores por conta própria, 23,3%.

Apoio do PPP
A Fundação Seade, vinculada à Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo, vai buscar no projeto de PPP (Parceria Público-Privada), anunciado recentemente pelo governo federal, apoio das universidades para estender ao interior a pesquisa de emprego e desemprego, realizada com o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) na região metropolitana de São Paulo.
"O governo tem interesse, sabe da importância de analisar o emprego no interior, mas o cobertor é curto. Faltam recursos até para ambulâncias. Por isso, uma das idéias é recorrer à PPP", diz Felícia Reicher Madeira, diretora-executiva da fundação.
De acordo com a pesquisadora, uma das propostas é que as universidades concedam bolsas de estudo aos estudantes que participarem da coleta de dados nos estudos que vierem a ser realizados no interior paulista.
O único estudo que mede o emprego no interior paulista -a Pesquisa de Condição de Vida- deveria ter periodicidade de quatro em quatro anos, mas deixou de ser realizado em 2002, diz a diretora, por falta de recursos.
O custo total da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) na região metropolitana de São Paulo é de R$ 3,381 milhões anuais -dos quais R$ 2,183 milhões são bancados pelo governo estadual, R$ 825 mil são recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e R$ 371 mil da Fundação Seade.
Rosane Maia, coordenadora do Observatório do Mercado de Trabalho do Ministério do Trabalho, diz que as pesquisas de emprego são muito caras e até recentemente não se justificavam estendê-las ao interior, já que boa parte da atividade produtiva estava concentrada nas áreas metropolitanas.
"Mas a interiorização da economia vai pressionar o governo a levar a pesquisa para cidades mais distantes dos centros urbanos."


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