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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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Bebidas e efeito sazonal criam vagas no interior de Pernambuco

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A contratação de trabalhadores pelas indústrias de produção de açúcar e álcool foi a maior responsável pelo aumento do emprego formal no setor de alimentos, bebidas e álcool etílico ocorrido nos primeiros nove meses do ano, em Pernambuco.
A avaliação é do presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), Jorge Corte Real. Segundo ele, isso explica também a razão pela qual o número de contratados na região metropolitana é menor em relação ao interior do Estado, onde estão instaladas as usinas.
As indústrias de alimentação, bebidas e álcool pernambucanas contrataram 5.404 pessoas entre janeiro e setembro, sendo 3.019 fora da Grande Recife.
"Trata-se de uma situação provocada por um fator sazonal", disse o presidente da Fiepe. "O pique da safra da cana-de-açúcar ocorre entre setembro e fevereiro, com uma variação de dois meses a mais ou a menos."
Foi essa variação, afirmou, o motivo de as estatísticas revelarem, nesse mesmo setor industrial, a ocorrência de um grande número de demissões (15.909) no Estado entre 1999 e 2001, sempre de janeiro a setembro.
"Foi um período de seca no Nordeste", lembrou. A estiagem, além de provocar queda na produção, adiou a época da colheita da cana-de-açúcar e, consequentemente, das contratações. Os levantamentos de 1999 a 2001 teriam, portanto, captado apenas as demissões pós-safra.
Corte Real aponta ainda outro fator que também explicaria as demissões: o racionamento de energia elétrica imposto pelo governo federal entre 2001 e 2002.
Para o governo de Pernambuco, o aumento do número de contratações neste ano pelas indústrias de alimentação, bebidas e álcool etílico está ligado à política de industrialização do Estado.
Desde 1996, quando foi criado o programa de incentivos fiscais, 108 empresas do setor de alimentação e 73 de bebidas foram beneficiadas com estímulos para a implantação de indústrias, ampliação ou revitalização.
O pacote de ajuda do governo inclui, entre outros, a isenção, por quatro anos, de até 85% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) -ou 75% por oito anos-, além de subsídios para a compra de terrenos e tarifas especiais de energia.
"O governo quer transformar Pernambuco no pólo de bebidas do Nordeste", disse o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, Alexandre José Valença Marques.


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