São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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Falta de acordos econômicos também deve prejudicar a balança brasileira

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dificuldade brasileira de conseguir fechar negociações comerciais importantes, como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e o acordo Mercosul-União Européia, deve ser um dos principais entraves para o crescimento do comércio exterior do país em 2005.
"Sem acordos comerciais de bloco, vai ficar bem mais difícil para o Brasil crescer nesse setor. Hoje, há uma proliferação mundial de acordos bilaterais, e o Brasil está ficando para trás", avaliou Arnaldo Brazil, consultor sênior da consultoria Prime Action.
A conclusão do acordo com a UE, prevista para o final de outubro deste ano, foi adiada, e as negociações da Alca, que deveriam ser encerradas no início de 2005, também estão lentas.
Mas, neste ano, o desempenho do comércio exterior brasileiro ruma para um novo recorde. As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 650 milhões na semana passada, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Com o resultado, o superávit acumulado pela balança comercial neste ano chegou a US$ 27,476 bilhões.
O saldo registrado pela balança até agora é 37,7% maior do que o do mesmo período do ano passado. Nos últimos meses, porém, as importações têm crescido numa velocidade igual ou superior à das exportações, reflexo da retomada do crescimento -em 2003, a economia encolheu 0,2%, enquanto neste ano espera-se uma expansão de 4,5%.
Neste mês, o país importou, em média, US$ 286,7 milhões por dia útil, valor 4,7% maior do que a média registrada em setembro. O aumento ocorreu, principalmente, na média das encomendas de plásticos e de produtos químicos, que cresceram 10,8% e 5,6%, respectivamente, em relação ao resultado de setembro.
A média das exportações, por sua vez, ficou em US$ 443,7 milhões nas primeiras quatro semanas deste mês, um aumento de 4,4% na comparação com setembro. Esse movimento, porém, foi puxado pelas vendas de produtos manufaturados, que cresceram, em média, 12,4% no período. As exportações de produtos básicos caíram 5,1%, e as de semimanufaturados, 4,8%.
Segundo projeção feita pelo Banco Central, a balança comercial deve ter um superávit de US$ 30 bilhões neste ano-foram US$ 24,794 bilhões em 2003. Para o ano que vem, porém, a expectativa é que o saldo se reduza para US$ 24,5 bilhões, justamente pelo crescimento esperado para as importações de agora em diante.


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