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Falta de acordos econômicos também
deve prejudicar a balança brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dificuldade brasileira de conseguir fechar negociações comerciais importantes, como a Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas) e o acordo Mercosul-União Européia, deve ser um dos
principais entraves para o crescimento do comércio exterior do
país em 2005.
"Sem acordos comerciais de
bloco, vai ficar bem mais difícil
para o Brasil crescer nesse setor.
Hoje, há uma proliferação mundial de acordos bilaterais, e o Brasil está ficando para trás", avaliou
Arnaldo Brazil, consultor sênior
da consultoria Prime Action.
A conclusão do acordo com a
UE, prevista para o final de outubro deste ano, foi adiada, e as negociações da Alca, que deveriam
ser encerradas no início de 2005,
também estão lentas.
Mas, neste ano, o desempenho
do comércio exterior brasileiro
ruma para um novo recorde. As
exportações brasileiras superaram as importações em US$ 650
milhões na semana passada, segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento. Com o resultado, o superávit acumulado pela
balança comercial neste ano chegou a US$ 27,476 bilhões.
O saldo registrado pela balança
até agora é 37,7% maior do que o
do mesmo período do ano passado. Nos últimos meses, porém, as
importações têm crescido numa
velocidade igual ou superior à das
exportações, reflexo da retomada
do crescimento -em 2003, a economia encolheu 0,2%, enquanto
neste ano espera-se uma expansão de 4,5%.
Neste mês, o país importou, em
média, US$ 286,7 milhões por dia
útil, valor 4,7% maior do que a
média registrada em setembro. O
aumento ocorreu, principalmente, na média das encomendas de
plásticos e de produtos químicos,
que cresceram 10,8% e 5,6%, respectivamente, em relação ao resultado de setembro.
A média das exportações, por
sua vez, ficou em US$ 443,7 milhões nas primeiras quatro semanas deste mês, um aumento de
4,4% na comparação com setembro. Esse movimento, porém, foi
puxado pelas vendas de produtos
manufaturados, que cresceram,
em média, 12,4% no período. As
exportações de produtos básicos
caíram 5,1%, e as de semimanufaturados, 4,8%.
Segundo projeção feita pelo
Banco Central, a balança comercial deve ter um superávit de US$
30 bilhões neste ano-foram US$
24,794 bilhões em 2003. Para o
ano que vem, porém, a expectativa é que o saldo se reduza para
US$ 24,5 bilhões, justamente pelo
crescimento esperado para as importações de agora em diante.
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