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TRABALHO
Funcionários do setor privado e representantes dos bancos não conseguem pôr fim a impasse; negociação prossegue hoje
Fracassa acordo entre bancários e Fenaban
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 30 minutos de reunião,
fracassou a tentativa de acordo
entre bancários e representantes
da Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) para encontrar uma
saída para o impasse na campanha salarial da categoria. A reunião deverá ser retomada hoje.
A negociação que ocorreu ontem em São Paulo foi suspensa e
marcada por "intransigência" das
duas partes, segundo sindicalistas
e representantes dos bancos.
Apesar do impasse, empregados e empregadores descartam
recorrer à Justiça para resolver a
questão, a exemplo do que ocorreu com os funcionários da Caixa
Econômica Federal e do Banco do
Brasil. Na última quinta-feira, o
TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou reajuste de 8,5%
para os bancários do setor público, além de pagamento de abono
salarial de R$ 1.000.
A intervenção da Justiça foi pedida pela Contec (Confederação
Nacional dos Trabalhadores nas
Empresas de Crédito). A entidade
tem o direito de representar nacionalmente os bancários, mas
não representa a maioria dos sindicatos -que é filiada à CUT.
"Foi um desrespeito com os trabalhadores não haver proposta
dos bancos após uma greve de 30
dias. Os banqueiros foram intransigentes em não negociar. Nosso
objetivo é resolver a campanha,
com um acordo legítimo", disse
Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários
de São Paulo. "Até porque cada
sindicato teria de entrar na Justiça
para pedir dissídio."
O sindicalista integra a Executiva Nacional Bancários, que comanda as negociações de mais de
cem sindicatos ligados à CUT,
que representam 400 mil bancários. Na reunião de ontem, a categoria reapresentou a proposta de
reajuste de 19% e abono de R$
1.500 aprovada em assembléias.
Para os representantes dos bancos, não adianta discutir de quem
é a culpa do impasse. "Dizer que
houve intransigência e imputar
aos bancos esse fracasso é, no mínimo, uma atitude mal-educada.
Se eles [os sindicalistas] erraram
taticamente e fizeram uma greve
fora de hora, é preciso ficar claro
que negociação tem limite de custo e de tempo", disse Magnus
Apostólico, coordenador das negociações da Fenaban.
A Folha apurou que os bancos
admitem alterar a forma da proposta e incluir o pagamento de algum benefício extra, mas descarta
fazer mudanças que onerem o
custo total da proposta, como aumentar o percentual de reajuste
ou incluir o pagamento de abono
salarial. A Fenaban não confirma.
Os bancos mantêm a proposta
feita aos funcionários durante três
meses de negociação e já recusada
pela categoria -reajuste de 8,5%
e mais R$ 30 fixos para quem ganha até R$ 1.500. Acima desse valor, o reajuste é de 8,5%. Também
está prevista na proposta PLR
(Participação nos Lucros e Resultados) no valor de 80% do salário
mais R$ 705 fixos e vale-alimentação de R$ 217.
Metalúrgicos
O Sindicato dos Metalúrgicos de
São Paulo (Força Sindical) informou que fechou acordo para
7.500 trabalhadores de 22 empresas, após fazer paralisações em 27
fábricas do grupo 10 (que reúne
indústrias mecânicas, estamparias, entre outras). O acordo, segundo a entidade, prevê pagamento de reajuste de 10% -4%
de aumento real e reposição da inflação- a partir de janeiro e abono no valor de 30% do salário em
novembro e dezembro. Os metalúrgicos do grupo 3 (autopeças)
aprovaram acordo semelhante na
semana passada. Já o grupo 9
(empresas de máquinas e eletroeletrônicos) volta a negociar hoje.
"Pensamos que, com a eleição
de Paulo Skaf, para a presidência
da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], as
negociações seriam melhores, já
que havia o discurso de mudança.
Mas nada mudou. Aumento, só
com greve", disse Eleno José Bezerra, presidente do sindicato.
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