|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ação da Arcelor cai 7,4% após oferta da Mittal a investidores
Proposta, determinação da CVM, veio abaixo do esperado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A oferta de recompra das
ações da Arcelor Brasil, anunciada ontem pela siderúrgica
Arcelor Mittal, decepcionou os
investidores. Tanto que as
ações ordinárias da empresa
despencaram 7,42% na Bovespa e lideraram as perdas do pregão de ontem.
O preço oferecido pela Arcelor Mittal é de cerca de R$ 33
por ação. Ontem, os papéis da
empresa terminaram vendidos
a R$ 36,80. No mercado, especulava-se que a oferta ficasse
em torno de R$ 45 por ação.
Adriano Blanaru, analista da
Link Corretora, diz que, pelo
preço de fechamento de ontem,
"os minoritários mostraram
que ficaram insatisfeitos com a
oferta e que devem brigar por
condições melhores".
Se todos os acionistas aceitassem a oferta e quisessem receber sua parte em dinheiro
-há a opção de receber ações-,
a companhia desembolsaria
cerca de US$ 3,2 bilhões.
Em junho, a companhia de
capital indiano Mittal Steel
anunciou sua fusão com a européia Arcelor, em um negócio
estimado em US$ 38 bilhões,
criando a maior siderúrgica do
mundo. A Arcelor Mittal detém
cerca de 66% da Arcelor Brasil.
No entendimento da CVM
(Comissão de Valores Mobiliários), após o negócio bilionário,
a Arcelor Mittal ficou obrigada
a fazer oferta aos acionistas da
Arcelor no Brasil, que passaram a contar com o direito de
"tag-along" -segundo o qual os
direitos do controlador se estendem aos minoritários. Em
outras palavras, os minoritários ganharam o direito de poder vender suas ações nas mesmas condições da operação entre as siderúrgicas.
"Entendo que a Arcelor Mittal nunca teve a intenção de adquirir as ações no Brasil. A baixa oferta feita pela siderúrgica
deixa isso claro. E a empresa vai
dizer agora que já cumpriu com
sua obrigação, que era a de fazer a oferta", afirma Blanaru.
"Não entendo como alguém
pode rejeitar a oferta. As pessoas têm que compreender que
essa é uma oferta obrigatória,
não voluntária", disse Aditya
Mittal, vice-presidente financeiro da companhia, segundo a
Reuters. "Acredito que a CVM
entenderá que a oferta é justa."
A CVM havia dado um prazo,
que ia até ontem, para que a
empresa entrasse com o pedido
para realizar a oferta. Antes de
os minoritários recorrerem
contra o valor da oferta, cabe à
CVM avaliar se a proposta é
justa. Segundo profissionais do
mercado, isso pode levar cerca
de um mês para ocorrer.
Texto Anterior: Cade aprova saída da Vale de ferrovia Próximo Texto: Memória: Morre Bulhões Pedreira, autor da Lei da S.As. Índice
|