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Bolsa de SP barra especuladores na abertura de capital
Investidor com perfil considerado especulativo fica de fora de oferta de ações; aplicador de varejo pôde comprar até R$ 12.098
Papéis da Bovespa estréiam hoje no mercado, ao preço teto de R$ 23; montante levantado com a operação
é avaliado em R$ 6,625 bi
FABRICIO VIEIRA
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na abertura de capital mais
aguardada deste ano, o pequeno especulador de varejo ficou
sem nenhuma ação da Bovespa
Holding -empresa controladora da maior Bolsa latino-americana, cujos papéis estréiam hoje no pregão.
Já para o investidor de varejo
considerado prioritário nesse
IPO (oferta pública inicial de
ações, na sigla em inglês), aquele que não costuma vender as
ações logo na estréia, os pedidos de reserva foram atendidos
integralmente até o valor de R$
12.098, o que corresponde a
526 ações. As informações são
da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
Considerado não-prioritário,
o chamado "flipper" (pessoa
que compra ações para vendê-las logo em seu lançamento)
não teve seu pedido de reserva
atendido. Também ficaram de
fora da oferta as pessoas vinculadas de alguma forma à operação, incluindo seus parentes
até o segundo grau.
A ação da Bovespa foi precificada no teto do intervalo -revisto para cima nesta semana-
demarcado pelos coordenadores, a R$ 23. Com isso, o montante levantado com a operação -e que vai engordar o caixa
de muitas corretoras que eram
donas da Bovespa- foi avaliado
em R$ 6,625 bilhões.
Profissionais do mercado estimam que a demanda pelas
ações da Bovespa Holding tenha superado os R$ 40 bilhões
e possa até ter atingido volume
correspondente a dez vezes o
valor da operação. Ou seja,
muitos interessados ficaram de
fora da oferta e podem ir a pregão em busca das ações.
"A operação representa um
marco no mercado, que, daqui
para a frente, tende a se profissionalizar mais ainda. A Bolsa
está agora aberta a novos participantes, inclusive estrangeiros, que vão trazer novas tecnologias", disse Gilberto de Souza
Biojone Filho, diretor-superintendente da Ancor (Associação
Nacional das Corretoras).
Filtro
Para o lançamento de suas
ações, a Bovespa estreou a utilização de um filtro com a função
de detectar os investidores de
caráter especulativo. Aprovado, o filtro poderá ser utilizado
por outras empresas que venham abrir capital.
A intenção da Bolsa foi identificar os investidores que costumam entrar nos IPOs só para
ter lucro rápido, desfazendo-se
dos papéis ainda no dia do lançamento. Esses investidores
podem acabar por fazer determinada ação ter queda em sua
estréia no pregão, mesmo que
as projeções para a companhia
sejam consideradas positivas.
Ao fazer sua reserva, o investidor de varejo teve de se classificar como "com prioridade" ou
"sem prioridade" ("flipper"). A
Bovespa avaliou a participação
dos investidores nos IPOs da
General Shopping, Cosan Limited, Satipel e Sul América.
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