São Paulo, sexta-feira, 26 de outubro de 2007

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Bolsa de SP barra especuladores na abertura de capital

Investidor com perfil considerado especulativo fica de fora de oferta de ações; aplicador de varejo pôde comprar até R$ 12.098

Papéis da Bovespa estréiam hoje no mercado, ao preço teto de R$ 23; montante levantado com a operação é avaliado em R$ 6,625 bi

FABRICIO VIEIRA
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na abertura de capital mais aguardada deste ano, o pequeno especulador de varejo ficou sem nenhuma ação da Bovespa Holding -empresa controladora da maior Bolsa latino-americana, cujos papéis estréiam hoje no pregão.
Já para o investidor de varejo considerado prioritário nesse IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês), aquele que não costuma vender as ações logo na estréia, os pedidos de reserva foram atendidos integralmente até o valor de R$ 12.098, o que corresponde a 526 ações. As informações são da CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).
Considerado não-prioritário, o chamado "flipper" (pessoa que compra ações para vendê-las logo em seu lançamento) não teve seu pedido de reserva atendido. Também ficaram de fora da oferta as pessoas vinculadas de alguma forma à operação, incluindo seus parentes até o segundo grau.
A ação da Bovespa foi precificada no teto do intervalo -revisto para cima nesta semana- demarcado pelos coordenadores, a R$ 23. Com isso, o montante levantado com a operação -e que vai engordar o caixa de muitas corretoras que eram donas da Bovespa- foi avaliado em R$ 6,625 bilhões.
Profissionais do mercado estimam que a demanda pelas ações da Bovespa Holding tenha superado os R$ 40 bilhões e possa até ter atingido volume correspondente a dez vezes o valor da operação. Ou seja, muitos interessados ficaram de fora da oferta e podem ir a pregão em busca das ações.
"A operação representa um marco no mercado, que, daqui para a frente, tende a se profissionalizar mais ainda. A Bolsa está agora aberta a novos participantes, inclusive estrangeiros, que vão trazer novas tecnologias", disse Gilberto de Souza Biojone Filho, diretor-superintendente da Ancor (Associação Nacional das Corretoras).

Filtro
Para o lançamento de suas ações, a Bovespa estreou a utilização de um filtro com a função de detectar os investidores de caráter especulativo. Aprovado, o filtro poderá ser utilizado por outras empresas que venham abrir capital.
A intenção da Bolsa foi identificar os investidores que costumam entrar nos IPOs só para ter lucro rápido, desfazendo-se dos papéis ainda no dia do lançamento. Esses investidores podem acabar por fazer determinada ação ter queda em sua estréia no pregão, mesmo que as projeções para a companhia sejam consideradas positivas.
Ao fazer sua reserva, o investidor de varejo teve de se classificar como "com prioridade" ou "sem prioridade" ("flipper"). A Bovespa avaliou a participação dos investidores nos IPOs da General Shopping, Cosan Limited, Satipel e Sul América.


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