São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 2002

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COMÉRCIO EXTERIOR

No início do ano, governo previa saldo de US$ 5 bilhões; exportações crescem há cinco meses seguidos

Superávit de US$ 11 bi bate previsão anual

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o superávit de US$ 255 milhões registrado na semana passada, o saldo da balança comercial desde janeiro já atingiu US$ 11,130 bilhões. O resultado acumulado até a penúltima semana deste mês supera a estimativa do governo para o ano.
A previsão do governo é obter um superávit comercial de pelo menos US$ 11 bilhões neste ano. No começo do ano, a estimativa era que o superávit ficasse em aproximadamente US$ 5 bilhões.
O resultado comercial no ano é de longe o melhor dos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). A última vez que Brasil conseguiu um superávit acima de US$ 10 bilhões foi em 1994, ano em que o Plano Real foi lançado.
Naquele ano, o superávit foi de US$ 10,466 bilhões. O melhor resultado do governo FHC, foi conseguido no ano passado, com um superávit de US$ 2,642 bilhões.

Exportação em alta
Embora a queda das importações seja a principal explicação para o resultado anual, há cinco meses as exportações mensais são maiores que as do mesmo período de 2001. Em outubro, as exportações acumuladas no ano passaram pela primeira vez as do mesmo período do ano passado.
No ano, as exportações estão em US$ 53,910 bilhões, 2,3% maiores que as verificadas no mesmo período de 2001. As importações, por sua vez, estão em US$ 42,780 bilhões, uma queda de 16,2% ao mesmo período do ano passado.
No mês de novembro, as exportações somam US$ 3,918 bilhões. A média diária de embarques (US$ 261,2 milhões) é 16,1% superior à de novembro do ano passado. As importações, neste mês, somam US$ 2,848 bilhões, o que dá uma média diária de US$ 210,7 milhões -9,9% inferior a de novembro de 2001.
A desvalorização do real e a queda no ritmo do crescimento econômico são as principais causas da melhora do saldo comercial. A subida do dólar barateou os produtos brasileiros no exterior. Ao mesmo tempo, encareceu as importações.

Impacto
A queda do crescimento econômico teve ainda um impacto na demanda por bens importados. Com menos renda, os consumidores diminuíram os gastos com bens importados.
Em novembro, as exportações que mais cresceram foram as de produtos básicos (25,9%), como minério de ferro, farelo de soja, café em grão, soja em grão e carnes suínas e de frango. As vendas que menos cresceram foram as de produtos manufaturados (8,4%), como aviões, automóveis e laminados planos de ferro e aço.
Do lado das importações, as maiores quedas foram nas compras de automóveis, bens siderúrgicos, máquinas mecânicas e instrumentos de ótica e precisão.


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