São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2004

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COMBUSTÍVEL

Com reajuste de hoje, taxa de 2004 será de 6,5%, no mínimo, diz Fipe

Alta da gasolina eleva inflação anual

DA REDAÇÃO

A pressão prevista para a inflação neste mês não ocorreu. A taxa deverá ficar em 0,60% na cidade de São Paulo, ao contrário das estimativas de até 1% feitas no início do mês. As altas dos combustíveis, que deveriam provocar esse salto na taxa, não ocorreram a tempo de afetar a inflação do mês.
O aumento dos combustíveis vale a partir de hoje. A gasolina sobe 4,2% e o diesel, 8%, nas refinarias. Se esses mesmos percentuais forem repassados aos consumidores, vão gerar inflação de 0,34% no acumulado de dezembro e janeiro, segundo Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
O aumento de 14% para o álcool, prometido pelos postos, também não ocorreu, aliviando a taxa deste mês. Mas com o novo aumento, a Fipe refez a projeção da taxa para este ano, que deverá ficar, no mínimo, em 6,5%.
Picchetti não quis fazer uma estimativa para o ano, mas, considerados os próprios números da instituição para este mês (0,60%) e para dezembro (0,70%), a taxa ficaria acima de 6,6%.
Para dezembro, a estimativa da Fipe era de taxa próxima de 0,45%, que, somada ao peso da gasolina no período (0,23%), poderá elevar a taxa para 0,70%. Se os postos elevarem os preços acima disso, como no último reajuste liberado pela Petrobras, a inflação do ano poderá chegar a 7%.
A alta dos combustíveis vem em um momento em que a taxa de inflação mostrava desaceleração. Nos últimos 30 dias até 23 deste mês, os preços tiveram evolução média de 0,55%, abaixo do 0,68% dos 30 dias até 15 deste mês.
A pressão das tarifas públicas está desaparecendo e os produtos industriais, com forte reajuste nas primeiras semanas deste mês, já mostram menos força. Pela primeira vez nas últimas cinco semanas os alimentos tiveram queda.
Dois itens, no entanto, continuam pressionando a inflação: cigarros e serviços residenciais. A pressão dos cigarros deve acabar no final deste mês, mas a dos serviços está apenas começando.
Picchetti diz que as novidades da ata do Copom, divulgada ontem, já ficaram velhas com a nova alta dos combustíveis. "Ela [a ata] é fresquinha, mas velha." Ele diz, no entanto, que a ata traz uma mensagem bem clara: o aperto nos juros pode continuar. (MZ)


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