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COMBUSTÍVEL
Com reajuste de hoje, taxa de 2004 será de 6,5%, no mínimo, diz Fipe
Alta da gasolina eleva inflação anual
DA REDAÇÃO
A pressão prevista para a inflação neste mês não ocorreu. A taxa
deverá ficar em 0,60% na cidade
de São Paulo, ao contrário das estimativas de até 1% feitas no início
do mês. As altas dos combustíveis, que deveriam provocar esse
salto na taxa, não ocorreram a
tempo de afetar a inflação do mês.
O aumento dos combustíveis
vale a partir de hoje.
A gasolina sobe 4,2% e o diesel,
8%, nas refinarias. Se esses mesmos percentuais forem repassados aos consumidores, vão gerar
inflação de 0,34% no acumulado
de dezembro e janeiro, segundo
Paulo Picchetti, coordenador do
Índice de Preços ao Consumidor
da Fipe.
O aumento de 14% para o álcool, prometido pelos postos,
também não ocorreu, aliviando a
taxa deste mês. Mas com o novo
aumento, a Fipe refez a projeção
da taxa para este ano, que deverá
ficar, no mínimo, em 6,5%.
Picchetti não quis fazer uma estimativa para o ano, mas, considerados os próprios números da
instituição para este mês (0,60%)
e para dezembro (0,70%), a taxa
ficaria acima de 6,6%.
Para dezembro, a estimativa da
Fipe era de taxa próxima de
0,45%, que, somada ao peso da
gasolina no período (0,23%), poderá elevar a taxa para 0,70%. Se
os postos elevarem os preços acima disso, como no último reajuste liberado pela Petrobras, a inflação do ano poderá chegar a 7%.
A alta dos combustíveis vem em
um momento em que a taxa de inflação mostrava desaceleração.
Nos últimos 30 dias até 23 deste
mês, os preços tiveram evolução
média de 0,55%, abaixo do 0,68%
dos 30 dias até 15 deste mês.
A pressão das tarifas públicas
está desaparecendo e os produtos
industriais, com forte reajuste nas
primeiras semanas deste mês, já
mostram menos força. Pela primeira vez nas últimas cinco semanas os alimentos tiveram queda.
Dois itens, no entanto, continuam pressionando a inflação: cigarros e serviços residenciais. A
pressão dos cigarros deve acabar
no final deste mês, mas a dos serviços está apenas começando.
Picchetti diz que as novidades
da ata do Copom, divulgada ontem, já ficaram velhas com a nova
alta dos combustíveis. "Ela [a ata]
é fresquinha, mas velha." Ele diz,
no entanto, que a ata traz uma
mensagem bem clara: o aperto
nos juros pode continuar.
(MZ)
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