São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2004

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CÂMBIO

Moeda recua a R$ 2,745, um dia após anúncio de que Tesouro recomporia reservas; para analistas, mercado quer ver se BC tem piso

Investidor "testa" governo, e dólar volta a cair

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

Um dia após o Banco Central anunciar que o Tesouro Nacional vai comprar US$ 3 bilhões para recompor as reservas internacionais nos próximos meses, o dólar devolveu boa parte da alta registrada na véspera, que chegou a ser comemorada pelos exportadores.
Ontem, o dólar comercial voltou a recuar e encerrou o dia vendido a R$ 2,745, com baixa de 0,36%, ante os R$ 2,755 de quarta-feira (alta de 0,4%).
O mesmo aconteceu no mercado futuro da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). A projeção do dólar no contrato de dezembro, que vence na terça, recuou 0,32%, de R$ 2,758 para R$ 2,749. O dólar para janeiro teve baixa também de 0,32%, ao recuar de R$ 2,794 para R$ 2,785, enquanto a moeda para abril baixou 0,33%, para R$ 2,884.
Para 2004, as chances de que as compras do Tesouro mexam com os preços são consideradas pequenas. Dos vencimentos de US$ 600 milhões em dívidas previstos para dezembro, o Tesouro já contratou mais de US$ 500 milhões em outubro. "E ninguém viu [o impacto]", diz Julio Cezar Vogeler, da corretora Didier-Levy.
O mercado quer agora testar o "sangue-frio" do governo para ver o piso da taxa cambial, apesar da declaração do Tesouro de que não se trata de intervenção, dizem os analistas.
Principal destaque do dia, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) não surpreendeu e até mostrou um Banco Central menos duro com sua avaliação da economia. O governo ainda observa riscos para cumprir a meta de inflação de 2005 devido a pressões nos preços do atacado, que podem chegar ao varejo.
Por outro lado, o mercado também notou que o Copom ficou atento a uma acomodação da produção industrial, um dado preocupante na ata anterior. O BC temia que o nível da capacidade instalada -somado a uma demanda crescente- se tornaria um fator de pressão sobre os custos das empresas -e os preços.

Dólar x euro
Ontem, o euro bateu novo recorde, ao ser negociado a US$ 1,3230. Desde o mês passado, a moeda européia acumula valorização de quase 10% sobre o dólar -"fragilizado" pelos déficits orçamentário e comercial dos EUA.


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