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CÂMBIO
Moeda recua a R$ 2,745, um dia após anúncio de que Tesouro recomporia reservas; para analistas, mercado quer ver se BC tem piso
Investidor "testa" governo, e dólar volta a cair
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
Um dia após o Banco Central
anunciar que o Tesouro Nacional
vai comprar US$ 3 bilhões para
recompor as reservas internacionais nos próximos meses, o dólar
devolveu boa parte da alta registrada na véspera, que chegou a ser
comemorada pelos exportadores.
Ontem, o dólar comercial voltou a recuar e encerrou o dia vendido a R$ 2,745, com baixa de
0,36%, ante os R$ 2,755 de quarta-feira (alta de 0,4%).
O mesmo aconteceu no mercado futuro da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros). A projeção do dólar no contrato de dezembro, que vence na terça, recuou 0,32%, de R$ 2,758 para R$
2,749. O dólar para janeiro teve
baixa também de 0,32%, ao recuar de R$ 2,794 para R$ 2,785,
enquanto a moeda para abril baixou 0,33%, para R$ 2,884.
Para 2004, as chances de que as
compras do Tesouro mexam com
os preços são consideradas pequenas. Dos vencimentos de US$
600 milhões em dívidas previstos
para dezembro, o Tesouro já contratou mais de US$ 500 milhões
em outubro. "E ninguém viu [o
impacto]", diz Julio Cezar Vogeler, da corretora Didier-Levy.
O mercado quer agora testar o
"sangue-frio" do governo para
ver o piso da taxa cambial, apesar
da declaração do Tesouro de que
não se trata de intervenção, dizem
os analistas.
Principal destaque do dia, a ata
do Copom (Comitê de Política
Monetária) não surpreendeu e até
mostrou um Banco Central menos duro com sua avaliação da
economia. O governo ainda observa riscos para cumprir a meta
de inflação de 2005 devido a pressões nos preços do atacado, que
podem chegar ao varejo.
Por outro lado, o mercado também notou que o Copom ficou
atento a uma acomodação da
produção industrial, um dado
preocupante na ata anterior. O BC
temia que o nível da capacidade
instalada -somado a uma demanda crescente- se tornaria
um fator de pressão sobre os custos das empresas -e os preços.
Dólar x euro
Ontem, o euro bateu novo recorde, ao ser negociado a US$
1,3230. Desde o mês passado, a
moeda européia acumula valorização de quase 10% sobre o dólar
-"fragilizado" pelos déficits orçamentário e comercial dos EUA.
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