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Governo utiliza brechas e faz o que criticou nos Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal está aproveitando todas as brechas legais para aumentar gastos sem
comprometer a aparência de
responsabilidade fiscal. O comportamento lembra o de Estados e municípios, criticados pela equipe econômica quando
recorrem a operações heterodoxas para elevar as receitas.
A nova demonstração da
criatividade dos governadores
é a venda de títulos e créditos a
receber e a criação dos FIDCs
(Fundos de Direito Creditório)
o que, na prática, servem para
antecipar receitas. Seis Estados
captaram R$ 2,4 bilhões por
meio das operações.
O Tesouro Nacional chegou a
criar um grupo de trabalho para disciplinar essas emissões
por considerá-las um novo ralo
nas finanças estaduais. A idéia é
restringir as antecipações a um
único mandato e limitar os títulos que poderão ser usados.
As novas operações de financiamento dos Estados se baseiam em direitos que os governos têm a receber: royalties, títulos do FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais) e dívida de contribuintes.
No pacote em estudo no governo federal, a União também
pretende usar esses mecanismos principalmente para aumentar os empréstimos aos setores de saneamento e energia.
Uma das medidas em estudo
prevê, por exemplo, a criação
de FIDC composto por créditos
de saneamento que a CEF (Caixa Econômica Federal) tem a
receber. Dessa forma, as operações seriam retiradas do balanço, abrindo espaço para novos
financiamentos.
Outra medida já discutida é a
participação da Eletrobrás em
SPE (Sociedade de Propósito
Específico). Essas companhias
são criadas com uma personalidade jurídica independente dos
investidores que colocam recursos e têm como objetivo financiar um projeto predeterminado. Além da Eletrobrás,
sócios privados comprariam
quotas das SPEs e, com isso, o
governo alavancaria investimentos em energia.
(LP)
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