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Recorde, dívida dos brasileiros já ultrapassa os 40% do PIB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com o agravamento
da crise, a partir do final de setembro o volume de crédito
disponível no país continuou
crescendo e voltou a bater recorde em outubro. Segundo dados do Banco Central, o total de
empréstimos liberados pelo
sistema financeiro somava R$
1,187 trilhão, valor que equivale
a 40,2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Desde que o BC passou a calcular essa estatística, em julho
de 1994, a relação entre crédito
e PIB nunca havia ultrapassado
40%. A meta do governo era
chegar a esse patamar no fim
deste ano.
O saldo de financiamentos
oferecidos pelo sistema financeiro no final do mês passado é
semelhante ao total de títulos
públicos em circulação no mercado, que em outubro era de R$
1,226 trilhão. Isso significa que,
atualmente, o valor dos empréstimos que os bancos concedem aos seus clientes no Brasil
é semelhante à soma dos empréstimos que investidores do
mercado financeiro concedem
ao governo.
O nível recorde no volume de
crédito não significa, porém,
que a crise não afetou a concessão de empréstimos bancários
no país. O que os números mostram é que, com exceção de alguns segmentos isolados, não
houve um congelamento total
na liberação de novos recursos,
e sim uma diminuição no seu
ritmo de crescimento.
No mês passado, os bancos
concederam R$ 157 bilhões em
novos financiamentos, uma
queda de 3% em relação ao valor apurado em setembro.
Esses valores variam muito
de mês para mês, e mesmo neste ano, antes da crise, quedas
maiores já haviam sido registradas. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o que chama a
atenção é que o recuo tenha
acontecido numa época em que
a procura por crédito é mais
forte devido à proximidade das
festas de fim de ano.
Lopes diz que a crise afetou
mais a oferta de novos financiamentos entre o final de setembro e o começo de outubro, mas
que já há sinais de normalização desse mercado.
"[A crise] afetou menos [a expansão do crédito] do que inicialmente se mostrava. No início [de outubro] observamos
uma retração forte, mas já há
sinais fortes de recuperação",
afirma. Neste mês, segundo
parcial fechada pelo BC no último dia 12, a concessão de empréstimos cresceu 5,7%.
Os números do BC mostram
ainda que a maior parte dos financiamentos bancários disponíveis no país são de valores
mais altos. No caso das pessoas
físicas, 50% dos financiamentos têm valores entre R$ 5.000
e R$ 50 mil, e 21% estão acima
de R$ 50 mil. Entre as empresas, 42% dos contratos estão na
faixa entre R$ 10 mil e R$ 10
milhões, e 40% superam o patamar de R$ 10 milhões.
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