São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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Justiça pede arresto de bens em Jundiaí

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

A Justiça determinou ontem o arresto de todos os bens da fábrica de Jundiaí da Parmalat Alimentos e sua venda para pagar uma dívida de R$ 23,6 milhões da empresa com o Banco do Brasil.
Também determinou a apreensão de R$ 13,2 milhões depositados em conta corrente da empresa, na agência do BB no Morumbi, em São Paulo. A decisão foi tomada no final da tarde pelo juiz Mauro Conti Machado, da 9ª Vara Cível de São Paulo.
O pedido de arresto foi feito pelo BB que alegou terem sido os bens daquela unidade dados em garantia a uma cédula de crédito industrial emitida pela Parmalat Alimentos, no valor de R$ 19,8 milhões. O compromisso não foi pago e o saldo devedor já chega a R$ 23,6 milhões. Uma vistoria feita no dia 13 deste mês na fábrica concluiu que o valor dos estoques -R$ 10,4 milhões- são insuficientes para cobrir as garantias.
Em Goiás, os fornecedores da empresa decidiram ontem entrar com ação na Justiça para assumir o controle da fábrica de Santa Helena, a 180 km de Goiânia.
Segundo Macel Félix Caixeta, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, os produtores de leite da região estão sem receber desde dezembro, quando eclodiu a crise do grupo. Eles têm créditos no valor de R$ 6 milhões, referentes ao fornecimento de leite nos meses de novembro e dezembro.
A empresa informou que deixou de liquidar os débitos na sexta-feira porque o Banco de Brasil reteve cerca de R$ 13 milhões, depositados em sua conta.
No Estado do Rio, 11 cooperativas produtoras de leite decidiram entrar na Justiça contra a Parmalat após uma tentativa fracassada de acordo.
A alternativa mais provável é a apresentação de um pedido de execução judicial. Nesse caso, as cooperativas pedirão à Justiça que incorporem parte ou o total da fábrica da empresa de Itaperuna (a 365 km do Rio, no noroeste fluminense), para quitar a dívida.
A Parmalat deve R$ 1,84 milhão a cinco cooperativas fluminenses. Outro pagamento, estimado em R$ 4 milhões, vence no dia 16 de fevereiro. "É uma questão muito séria. A Parmalat não tem possibilidade de emitir duplicatas de terceiros para resolver seus compromissos", disse o presidente da Faerj (Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro), Rodolfo Tavares.
Em Garanhuns (PE), onde fica a maior fábrica da Parmalat, a empresa quitou as dívidas referentes ao fornecimento de leite em novembro e dezembro, mas já está com os pagamentos da primeira quinzena de janeiro atrasados em uma semana, segundo o assessor da presidência da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, João Pessoa.
No Rio Grande do Sul, houve uma redução na produção da fábrica de Carazinho, interior do Estado, no fim de semana. Segundo a empresa, a redução ocorreu devido a um feriado local e à manutenção de equipamentos.


Colaborou a Agência Folha


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