|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça pede arresto de bens em Jundiaí
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça determinou ontem o
arresto de todos os bens da fábrica de Jundiaí da Parmalat Alimentos e sua venda para pagar
uma dívida de R$ 23,6 milhões da
empresa com o Banco do Brasil.
Também determinou a apreensão de R$ 13,2 milhões depositados em conta corrente da empresa, na agência do BB no Morumbi,
em São Paulo. A decisão foi tomada no final da tarde pelo juiz Mauro Conti Machado, da 9ª Vara Cível de São Paulo.
O pedido de arresto foi feito pelo BB que alegou terem sido os
bens daquela unidade dados em
garantia a uma cédula de crédito
industrial emitida pela Parmalat
Alimentos, no valor de R$ 19,8
milhões. O compromisso não foi
pago e o saldo devedor já chega a
R$ 23,6 milhões. Uma vistoria feita no dia 13 deste mês na fábrica
concluiu que o valor dos estoques
-R$ 10,4 milhões- são insuficientes para cobrir as garantias.
Em Goiás, os fornecedores da
empresa decidiram ontem entrar
com ação na Justiça para assumir
o controle da fábrica de Santa Helena, a 180 km de Goiânia.
Segundo Macel Félix Caixeta,
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, os
produtores de leite da região estão
sem receber desde dezembro,
quando eclodiu a crise do grupo.
Eles têm créditos no valor de R$ 6
milhões, referentes ao fornecimento de leite nos meses de novembro e dezembro.
A empresa informou que deixou de liquidar os débitos na sexta-feira porque o Banco de Brasil
reteve cerca de R$ 13 milhões, depositados em sua conta.
No Estado do Rio, 11 cooperativas produtoras de leite decidiram
entrar na Justiça contra a Parmalat após uma tentativa fracassada
de acordo.
A alternativa mais provável é a
apresentação de um pedido de
execução judicial. Nesse caso, as
cooperativas pedirão à Justiça que
incorporem parte ou o total da fábrica da empresa de Itaperuna (a
365 km do Rio, no noroeste fluminense), para quitar a dívida.
A Parmalat deve R$ 1,84 milhão
a cinco cooperativas fluminenses.
Outro pagamento, estimado em
R$ 4 milhões, vence no dia 16 de
fevereiro. "É uma questão muito
séria. A Parmalat não tem possibilidade de emitir duplicatas de
terceiros para resolver seus compromissos", disse o presidente da
Faerj (Federação de Agricultura
do Estado do Rio de Janeiro), Rodolfo Tavares.
Em Garanhuns (PE), onde fica a
maior fábrica da Parmalat, a empresa quitou as dívidas referentes
ao fornecimento de leite em novembro e dezembro, mas já está
com os pagamentos da primeira
quinzena de janeiro atrasados em
uma semana, segundo o assessor
da presidência da Federação da
Agricultura do Estado de Pernambuco, João Pessoa.
No Rio Grande do Sul, houve
uma redução na produção da fábrica de Carazinho, interior do
Estado, no fim de semana. Segundo a empresa, a redução ocorreu
devido a um feriado local e à manutenção de equipamentos.
Colaborou a Agência Folha
Texto Anterior: Grupo brasileiro toma US$ 40 mi emprestados à véspera da crise Próximo Texto: Bancos: Banespa engorda o lucro do Santander Índice
|