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VESTUÁRIO
Estoques estão menores
Liquidações não irão influenciar inflação
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Estoques mais reduzidos nas lojas farão com que as liquidações
tenham menor impacto no bolso
do consumidor neste mês.
A previsão da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) é que o preço do vestuário suba 0,5% neste mês em São Paulo.
Em janeiro do ano passado, o preço médio das roupas caiu 0,55%.
"As vendas no final do ano foram boas, e as lojas não estocaram. Se não sobrou muita mercadoria, não há razão para os preços
caírem", afirma Paulo Picchetti,
coordenador do IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) da Fipe.
Segundo Picchetti, os descontos
de até 70% anunciados neste mês
por algumas redes de lojas paulistas, especialmente as localizadas
nos shoppings, não terão impacto
nos índices de preços. É que essas
reduções ocorrem mais nas lojas
de grife, nas quais não são realizadas coletas de preços. A Fipe só
acompanha os preços no comércio que atende o consumidor com
renda de até 20 salários mínimos.
"E nessas lojas, que vendem produtos mais básicos e populares, os
preços não variam muito", diz.
A resistência na queda de preços das roupas neste mês pode ser
identificada na primeira quinzena de janeiro. Na segunda quadrissemana (acompanha os preços das últimas quatro semanas)
deste mês, os preços do vestuário
subiram 0,67%, segundo a Fipe.
No mesmo período de 2003, os
preços das roupas caíram 0,19%.
"Os empresários estão administrando melhor os estoques e as
vendas estão mais aquecidas. Os
preços das roupas, portanto, vão
cair numa velocidade menor do
que a do ano passado", diz Fabio
Silveira, sócio da MS Consult.
As lojas que estão anunciando
descontos de até 70% confirmam
que os estoques estão menores. A
Gregory, rede especializada em
roupas femininas, informa que
entrou em 2004 com uma sobra
equivalente a 25% do estoque de
um mês. No ano anterior, esse
percentual foi de 50%. "Chegamos até a produzir algumas peças
para colocar em liquidação neste
mês", afirma Aurea Duca, diretora da Gregory, que reduziu alguns
preços em até 50%.
As promoções, segundo José
Razuk, diretor da Zêlo, rede de
roupas de cama, mesa e banho,
são necessárias o ano todo.
"Quem não oferece desconto para
o consumidor não vende."
Razuk diz que a Zêlo iniciou
uma promoção após o Natal, com
descontos médios de 10% a 20%,
que deve se manter até o próximo
domingo. Neste mês, informa, as
vendas estão 30% melhores do
que as de igual período de 2003.
A VR, rede especializada em
roupas masculinas, informa que
os estoques estão dentro do planejado. Na semana passada, a rede decidiu reduzir em até 50% os
preços de algumas mercadorias.
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