São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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VESTUÁRIO

Estoques estão menores

Liquidações não irão influenciar inflação

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Estoques mais reduzidos nas lojas farão com que as liquidações tenham menor impacto no bolso do consumidor neste mês.
A previsão da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) é que o preço do vestuário suba 0,5% neste mês em São Paulo. Em janeiro do ano passado, o preço médio das roupas caiu 0,55%.
"As vendas no final do ano foram boas, e as lojas não estocaram. Se não sobrou muita mercadoria, não há razão para os preços caírem", afirma Paulo Picchetti, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Segundo Picchetti, os descontos de até 70% anunciados neste mês por algumas redes de lojas paulistas, especialmente as localizadas nos shoppings, não terão impacto nos índices de preços. É que essas reduções ocorrem mais nas lojas de grife, nas quais não são realizadas coletas de preços. A Fipe só acompanha os preços no comércio que atende o consumidor com renda de até 20 salários mínimos. "E nessas lojas, que vendem produtos mais básicos e populares, os preços não variam muito", diz.
A resistência na queda de preços das roupas neste mês pode ser identificada na primeira quinzena de janeiro. Na segunda quadrissemana (acompanha os preços das últimas quatro semanas) deste mês, os preços do vestuário subiram 0,67%, segundo a Fipe. No mesmo período de 2003, os preços das roupas caíram 0,19%.
"Os empresários estão administrando melhor os estoques e as vendas estão mais aquecidas. Os preços das roupas, portanto, vão cair numa velocidade menor do que a do ano passado", diz Fabio Silveira, sócio da MS Consult.
As lojas que estão anunciando descontos de até 70% confirmam que os estoques estão menores. A Gregory, rede especializada em roupas femininas, informa que entrou em 2004 com uma sobra equivalente a 25% do estoque de um mês. No ano anterior, esse percentual foi de 50%. "Chegamos até a produzir algumas peças para colocar em liquidação neste mês", afirma Aurea Duca, diretora da Gregory, que reduziu alguns preços em até 50%.
As promoções, segundo José Razuk, diretor da Zêlo, rede de roupas de cama, mesa e banho, são necessárias o ano todo. "Quem não oferece desconto para o consumidor não vende."
Razuk diz que a Zêlo iniciou uma promoção após o Natal, com descontos médios de 10% a 20%, que deve se manter até o próximo domingo. Neste mês, informa, as vendas estão 30% melhores do que as de igual período de 2003.
A VR, rede especializada em roupas masculinas, informa que os estoques estão dentro do planejado. Na semana passada, a rede decidiu reduzir em até 50% os preços de algumas mercadorias.


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