São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 2007

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Projeto já custa R$ 43 milhões em manutenção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A um custo estimado em US$ 20 milhões (ou cerca de R$ 43 milhões) só com a manutenção dos equipamentos comprados nos anos 70, em pleno regime militar, a indefinição política sobre retomar ou não a construção da usina nuclear de Angra 3 se arrasta há anos.
Questões ambientais, o custo da energia a ser gerada pela usina, a escassez de dinheiro público e dúvidas sobre ser o momento oportuno para levar a obra adiante foram alguns temas que chegaram a ser objeto de um grupo de trabalho no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse grupo de trabalho deveria ter apresentado suas conclusões em novembro de 2004. Em vez disso, produziu dois pareceres divergentes. O Ministério da Ciência e Tecnologia defendia o projeto nuclear, enquanto o Ministério do Meio Ambiente era contra.
Num meio-termo, a equipe da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, dava preferência a alternativas mais baratas de geração de energia, como os projetos de usinas hidrelétricas do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau) e de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.
Diante da falta de decisão política, o presidente Lula autorizou gastos de R$ 134 milhões em 2005 para manter o canteiro de obras e os equipamentos já importados para a construção da usina nuclear de Angra 3.
Na ocasião, Lula afirmou, em um despacho publicado pelo "Diário Oficial" da União: "É imperiosa e absolutamente revestida de interesse público a manutenção das instalações e equipamentos já adquiridos para o empreendimento de Angra 3, independentemente da futura decisão sobre a retomada ou não das obras".
Com a crescente dificuldade de licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas de grande porte, o preço de Angra 3 começou a ficar competitivo. Houve um aumento da participação de energia termelétrica na matriz energética do país, com preços próximos ao que seria estimado para Angra 3 -R$ 140 por MWh (megawatt-hora). Já na Casa Civil, a ministra Dilma Rousseff abandonou a oposição à obra. (MS e HM)


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