São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

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Caixa tem lucro recorde de R$ 2,4 bi

Queda dos juros afeta resultado, mas ganho com operações de crédito compensa impacto negativo

Com uma expansão de 23% na carteira de crédito, banco federal registra um lucro líquido 15% maior do que o obtido em 2005


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução da taxa de juros, especialmente no segundo semestre do ano passado, teve impacto no resultado da Caixa Econômica Federal com negociação de títulos do governo. A menor rentabilidade, no entanto, não impediu que o banco oficial registrasse, em 2006, um lucro líquido recorde de R$ 2,386 bilhões.
A melhora no resultado -15,45% maior do que o lucro de R$ 2,07 bilhões de 2005- foi creditada ao aumento dos empréstimos às empresas e pessoas físicas. Mas, ainda assim, o lucro foi bem inferior ao dos grandes bancos privados. O Bradesco registrou ganho de R$ 5,05 bilhões, e o Itaú, de R$ 4,3 bilhões. O Banco do Brasil divulgará o seu resultado hoje.
Segundo a presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho, "o desempenho histórico da Caixa foi impulsionado pela carteira de crédito", que cresceu 23%, alcançando um saldo de R$ 45,689 bilhões.
A meta em 2007 é aumentar mais 29%, chegando aos R$ 59 bilhões. Mas, ao contrário de 2006, o maior volume de crédito não deverá impedir uma queda no lucro, estimado em R$ 1,8 bilhão. "Isso basicamente por causa da redução da Selic, já que se espera uma taxa média no ano de 12%", explica João Dornelles, vice-presidente de Controladoria.
A participação dos ganhos da Caixa com a compra e venda de títulos do governo vem sendo reduzida. Em 2006, eles representaram 42% das receita da instituição. Em 2005, esse percentual era de 44%. Enquanto isso, a participação das receitas de crédito cresceu de 21% para 25% no mesmo período.
Segundo Dornelles, esse é um processo natural por causa da trajetória dos juros básicos da economia, a Selic. Considerando os papéis que a Caixa tem em carteira, os índices de correção e prazo de vencimento, os juros médios da carteira de títulos da instituição passaram de 23% ao ano, em 2003, para 15%, no ano passado.
Essa trajetória cadente da taxa redobra os esforços da instituição para compensar as perdas com novas operações. Além de elevar o volume de papéis que compõem a própria carteira de títulos, Dornelles afirma que a Caixa busca retorno com empréstimos aos clientes. "Ganha-se mais com operações de crédito."
A receita do banco com essa operações, em 2006, por exemplo, cresceu 19% e chegou a R$ 8,92 bilhões. A área de habitação é um dos focos de atuação do banco, sobretudo com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Em 2006, os empréstimos para financiar a compra da casa própria e a construção de novas unidades somaram R$ 13,85 bilhões.
A expectativa da presidente é destinar R$ 17,4 bilhões em 2007 para o setor. Coelho diz que o banco investirá outros R$ 8,8 bilhões em saneamento.


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