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Caixa tem lucro recorde de R$ 2,4 bi
Queda dos juros afeta resultado, mas ganho com operações de crédito compensa impacto negativo
Com uma expansão de 23% na carteira de crédito, banco federal registra um lucro líquido 15% maior
do que o obtido em 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução da taxa de juros,
especialmente no segundo semestre do ano passado, teve
impacto no resultado da Caixa
Econômica Federal com negociação de títulos do governo. A
menor rentabilidade, no entanto, não impediu que o banco
oficial registrasse, em 2006,
um lucro líquido recorde de R$
2,386 bilhões.
A melhora no resultado
-15,45% maior do que o lucro
de R$ 2,07 bilhões de 2005- foi
creditada ao aumento dos empréstimos às empresas e pessoas físicas. Mas, ainda assim, o
lucro foi bem inferior ao dos
grandes bancos privados. O
Bradesco registrou ganho de
R$ 5,05 bilhões, e o Itaú, de R$
4,3 bilhões. O Banco do Brasil
divulgará o seu resultado hoje.
Segundo a presidente da instituição, Maria Fernanda Coelho, "o desempenho histórico
da Caixa foi impulsionado pela
carteira de crédito", que cresceu 23%, alcançando um saldo
de R$ 45,689 bilhões.
A meta em 2007 é aumentar
mais 29%, chegando aos R$ 59
bilhões. Mas, ao contrário de
2006, o maior volume de crédito não deverá impedir uma
queda no lucro, estimado em
R$ 1,8 bilhão. "Isso basicamente por causa da redução da Selic, já que se espera uma taxa
média no ano de 12%", explica
João Dornelles, vice-presidente de Controladoria.
A participação dos ganhos da
Caixa com a compra e venda de
títulos do governo vem sendo
reduzida. Em 2006, eles representaram 42% das receita da
instituição. Em 2005, esse percentual era de 44%. Enquanto
isso, a participação das receitas
de crédito cresceu de 21% para
25% no mesmo período.
Segundo Dornelles, esse é
um processo natural por causa
da trajetória dos juros básicos
da economia, a Selic. Considerando os papéis que a Caixa
tem em carteira, os índices de
correção e prazo de vencimento, os juros médios da carteira
de títulos da instituição passaram de 23% ao ano, em 2003,
para 15%, no ano passado.
Essa trajetória cadente da taxa redobra os esforços da instituição para compensar as perdas com novas operações. Além
de elevar o volume de papéis
que compõem a própria carteira de títulos, Dornelles afirma
que a Caixa busca retorno com
empréstimos aos clientes. "Ganha-se mais com operações de
crédito."
A receita do banco com essa
operações, em 2006, por exemplo, cresceu 19% e chegou a R$
8,92 bilhões. A área de habitação é um dos focos de atuação
do banco, sobretudo com o PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento). Em 2006, os
empréstimos para financiar a
compra da casa própria e a
construção de novas unidades
somaram R$ 13,85 bilhões.
A expectativa da presidente é
destinar R$ 17,4 bilhões em
2007 para o setor. Coelho diz
que o banco investirá outros R$
8,8 bilhões em saneamento.
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