São Paulo, sábado, 27 de março de 2004

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MELHORIA

Mas 48% da população ainda vive nessa condição

Expansão em 2003 tira 1,3 milhão de argentinos do estado de pobreza

DA REPORTAGEM LOCAL

A expansão da economia começa a ter resultados na Argentina: o percentual da população situada abaixo da linha da pobreza caiu de 54%, no primeiro semestre de 2003, para 47,8% ao final do segundo semestre.
De acordo com dados do Indec, 11 milhões de argentinos que vivem nos 28 principais conglomerados urbanos do país ainda estão abaixo da linha da pobreza -a população argentina é estimada em 36 milhões de pessoas. Os dados revelam que, desses 11 milhões de pessoas, 4,749 milhões são considerados indigentes -ou seja, não conseguem ganhar o suficiente para atender às necessidades básicas de alimentação.
Pelos cálculos do Indec, no período, 1,287 milhão de pessoas deixou a linha abaixo da pobreza e outro 1,585 milhão saiu da indigência -considerando somente os centros urbanos. Do total de pobres nas zonas urbanas da Argentina, 6,518 milhões (ou 53,4%) vivem na região metropolitana de Buenos Aires. Também na capital argentina e arredores estão 2,43 milhões de indigentes (ou 51,2% do total de indigentes que vivem em áreas urbanas). Não poderia ser de outra forma: a zona metropolitana de Buenos Aires abriga mais de um terço da população argentina. O levantamento do Indec não descreve a situação social nas zonas rurais.
A Província (Estado) argentina com mais grave situação de pobreza é Corrientes (norte): 68% vivem em situação de pobreza, e 41,4%, na indigência.
Segundo o subsecretário de Política Econômica, Sebastián Katz, um dos fatores que influenciaram a queda dos níveis de pobreza foi a criação de postos de trabalho. O governo afirma que, no segundo semestre de 2003, foram criados 1,3 milhão de empregos ""genuínos", sem considerar os argentinos beneficiados pelos planos sociais oficiais. Além disso, no período, a renda dos trabalhadores do setor formal teve alta de 7%, e a dos informais, de 11,5%.
A estimativa da Fundação Mediterrânea é que, se a economia crescer 7% neste ano (como prevê o governo), cerca de 940 mil de pessoas deixarão a linha de pobreza. Mas a economia precisaria crescer a uma taxa média anual de 6% por, no mínimo, nove anos para que o país voltasse a ter níveis de pobreza próximos aos de 1998 -ano em que se iniciou a última recessão econômica.


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