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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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LIGAÇÕES PERIGOSAS

Ministro do Trabalho recua e aceita intermediar greve da GM em São José dos Campos; CUT racha

Governo se atrapalha com greve da CUT

DA REDAÇÃO

Às vésperas da comemoração do primeiro Dia do Trabalho sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o governo enfrenta greves e se atrapalha ao lidar com setores do sindicalismo próximos de sua origem histórica.
Na quinta-feira, o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, afastou qualquer interferência na negociação entre capital e trabalho.
Mudou de idéia na sexta-feira. Pediu que a SRT (Secretaria de Relações do Trabalho) mediasse as negociações entre metalúrgicos grevistas de São José dos Campos (91 km de São Paulo), ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), e a General Motors na cidade.
Osvaldo Bargas, secretário de Relações do Trabalho, recebeu a tarefa de conversar com os grevistas na porta da fábrica da GM. No meio do caminho, a missão foi abortada. O ministro optou por promover, amanhã, uma reunião entre sindicalistas e a montadora.
"Isso não significa intervenção. Nossa função é intermediar discussões", disse Bargas.
A indefinição resulta de forças opostas que atuam sobre um ministro que tenta conciliar ligações com a central -Wagner foi líder petroleiro- e pressões da equipe econômica contra a reindexação salarial.
A Central Única dos Trabalhadores, que nasceu como braço sindical do PT, também tem sua crise de identidade. Setores radicais da central defendem "gatilhos" salariais e afastamento do governo. "Gatilhos protegem o trabalhador", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, presidente do sindicato que deflagrou a greve da General Motors em São José dos Campos. "Uma linha na CUT diz que temos que maneirar. Sou contra", diz. João Felício, presidente da CUT, discorda: "Esse não é o momento para gatilhos".


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