|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VAREJO
Vendas recuam 4,83% nos primeiros três meses de 2006; setor culpa endividamento do consumidor e Páscoa em abril
Supermercados têm pior trimestre em 5 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
O alto nível de endividamento
do consumidor brasileiro e uma
alteração no calendário fizeram o
setor de supermercados iniciar
2006 em baixa.
As vendas acumuladas no primeiro trimestre deste ano tiveram
uma queda de 4,83%. Só em março, o recuo foi de 10,10% em comparação com o mesmo mês do
ano passado. Esse foi o pior desempenho mensal desde novembro de 2003.
O fato de a Páscoa -impulsionadora de vendas- ter sido celebrada neste ano em abril, e não
em março como em 2005, foi uma
das razões para o fraco desempenho dos supermercados, segundo
João Carlos de Oliveira, presidente da Abras (Associação Brasileira
de Supermercados).
"A Páscoa em abril provocou
uma queda de três pontos percentuais no faturamento de março",
disse Oliveira. A ainda alta taxa de
juros da economia brasileira -a
Selic está em 15,75% ao ano-
também contribuiu para o desânimo do setor. Some-se a isso o alto grau endividamento dos consumidores brasileiros, fator que
compromete o poder de compra.
Recuperação
Mas o presidente da Abras estima que, a partir deste mês, o setor
vá conseguir se recuperar e compensar o tombo dos primeiros
três meses de 2006, o pior trimestre dos últimos cinco anos. Isso
deve ocorrer com a ajuda da Páscoa e também de um incremento
da renda dos brasileiros causado
pelo aumento do salário mínimo.
Caso a projeção seja confirmada,
a Abras espera que o setor supermercadista encerre 2006 com
uma taxa de crescimento entre
2% e 3%.
Guerra de posições
No ranking divulgado ontem
pela Abras, o Pão de Açúcar é líder, com 15,2% de participação
do mercado. Em 2005, a rede, que
inclui o Extra e o CompreBem,
detinha uma fatia de 15,8%.
O grupo líder do ranking obteve
um faturamento de R$ 16,2 bilhões em 2005, ante R$ 15,4 bilhões no ano anterior. A rede Carrefour teve faturamento de R$
12,5 bilhões em 2005.
O faturamento do Wal-Mart,
que adquiriu o Sonae no ano passado, foi de R$ 11,7 bilhões. Essa
transação pode dar um impulso
para que a rede americana ultrapasse o Carrefour na segunda posição da ranking neste ano, na
avaliação do presidente da Abras.
No total, as redes de supermercado alcançaram faturamento de
R$ 106,4 bilhões em 2005, o que
representou crescimento real de
0,9% ante 2004.
(CÍNTIA CARDOSO)
Texto Anterior: Câmara aprova isenção de IR para estrangeiros Próximo Texto: Desemprego e política turbulenta reduzem confiança do consumidor Índice
|