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Mercado Aberto
@ - guilherme.barros@uol.com.br
Mudança na carteira segura juro, diz Febraban
O "spread" bancário sofreu
uma nova queda em março, segundo relatório divulgado ontem pelo Banco Central. A queda foi de 0,7 ponto percentual
entre fevereiro e março e de 3,5
pontos percentuais em 12 meses. O número de março representa o menor patamar desde
julho de 2001.
Segundo Nicola Tingas, economista-chefe da Febraban, o
"spread" poderia cair numa velocidade maior não fosse uma
mudança que ocorre hoje no
perfil da carteira de empréstimos dos bancos.
Além dos efeitos já conhecidos do compulsório, da cunha
fiscal e do crédito direcionado,
outros dois fatos também influenciam o "spread". Os bancos estão tendo que conceder
empréstimos que representam
mais riscos do que antes e, ao
mesmo tempo, alongar os prazos dos financiamentos.
Essa mudança no perfil das
operações dos bancos reflete,
na verdade, de acordo com Tingas, o atual momento de enorme liquidez financeira no planeta. As grandes empresas brasileiras não precisam mais recorrer aos bancos para obter
recursos. Elas podem conseguir dinheiro mais barato por
meio do mercado de capitais ou
de lançamentos externos.
"Essa grande liquidez no
mundo está obrigando os bancos a trocarem os empréstimos
de baixíssimo risco das grandes
empresas para empréstimos de
riscos crescentes", diz Tingas.
Dessa forma, os bancos brasileiros estão buscando novas alternativas para baixar o risco
de suas operações, como a
aposta cada vez maior na prestação de serviços. Tingas diz
que essa guinada no perfil dos
bancos ocorre no mundo inteiro, e é isso que explica esse
grande movimento de fusões.
Diante dessa mudança nas
operações, saindo do acatado
para concentrar as apostas no
segmento de varejo, os bancos
precisam cada vez mais ganhar
em escala e em eficiência, já
que a tendência é a de queda da
lucratividade e de aumento da
inadimplência.
Tingas diz que medidas como
a implementação do cadastro
positivo e de redução do compulsório poderiam fazer com
que o "spread" caísse com velocidade maior. Ele não concorda
com a crítica de que a competição é baixa entre os bancos e
que esse seria um fator que impede a queda do "spread". A
maior prova, a seu ver, de que
há competição no setor é que os
"spreads" estão em queda e os
prazos dos financiamentos estão mais longos, e essa é a tendência daqui para a frente.
ECOS DA PIRATARIA
Depois de 19 anos à frente da Videolar, a maior fabricante de CDs e DVDs do país, o gaúcho Lírio Parisotto,
52, está deixando a presidência da empresa. A partir de
janeiro de 2008, a sua cadeira será ocupada por Phillip
Wojdyslawski, que é sócio da empresa, com 20% de participação. Parisotto, que detém 74% do controle da empresa, passará a se dedicar à busca de novas oportunidades
de novos negócios, principalmente na área petroquímica.
Ele cansou de enfrentar a pirataria e o contrabando. No
ano passado, a Videolar faturou R$ 1,4 bilhão e registrou
um lucro de R$ 87 milhões. Parisotto calcula que as vendas piratas e contrabandeadas somem mais do que o dobro. As vendas de CDs e DVDS não param de cair. "A pirataria faz a festa", diz Parisotto.
RUMO À AFRICA
A consultoria brasileira Symnetics, especializada em
projetos de gestão da estratégia, irá ampliar seus negócios
na África. A empresa, que no ano passado foi contratada
pela Sonangol, maior petrolífera do continente, para criar
mecanismos de acompanhamento de seu plano de negócios, acaba de conquistar a conta do Ministério da Agricultura de Angola. "A África se tornou um mercado importante para os serviços de gestão, e o modelo brasileiro
tem se mostrado mais atraente do que o proposto por
consultorias européias", afirma André Coutinho, diretor
da Symnetics, responsável pelos negócios da empresa no
continente. Atualmente, a consultoria está implantando o
modelo de gestão da estratégia do Ministério da Agricultura, no Brasil. Ela também atua na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e na prefeitura de Porto Alegre.
PLANO DE VÔO
O conselho de administração da TAM sofrerá mudanças hoje que irão promover
uma grande guinada nos rumos da companhia.
AMPLIAÇÃO
A AmBev abrirá 80 novas
vagas na fábrica da Cintra de
Piraí, no Rio de Janeiro. O
objetivo é ampliar a produção da unidade, principalmente de refrigerantes. A
prioridade continua sendo a
H2OH!, que continua aumentando sua participação
no mercado. Há um mês, a
AmBev comprou as duas fábricas da Cintra.
DISPUTA
A Schincariol e a Femsa já
procuraram a Cintra, interessadas nas marcas Cintra
e Mulata e no sistema de distribuição. Os revendedores
também estão na disputa.
NA VITRINE
A Faber-Castell terá um
quiosque no Iguatemi.
DIÁRIA
Mais de 40% de turistas de
negócios questionados em
pesquisa do Hyatt Place se
absteriam de sexo, café ou
celular em troca de uma boa
noite de sono.
EM ALTA
O nível de emprego da
construção pesada teve alta
de 3,76% em março comparado a fevereiro. Foi a primeira elevação do ano, com
a admissão de 1.221 trabalhadores. Segundo o Sinicesp (sindicato do setor), o
acumulado dos últimos 12
meses registra queda de
3,07%, com o fechamento de
1.068 postos devido a três
quedas sucessivas em dezembro, janeiro e fevereiro.
Em março de 2006, o setor
empregava 34.774. Em março deste ano, as empresas do
Sinicesp contabilizaram
33.706. Quando o estudo começou, em 1986, o setor empregava mais de 130 mil.
INVESTIMENTO
A nova loja da Livraria
Cultura, no Conjunto Nacional, em SP, terá um custo de
R$ 6 milhões.
SAMOVAR
Alexander Medvedev, vice-presidente da Gazprom,
companhia de produção e
distribuição de gás da Rússia, está no país para assinar
contrato com a brasileira
Propower Energy, que prevê
a venda de Certificados e Redução de Emissões, segundo
o Protocolo de Kyoto, para a
empresa russa até 2012. O
negócio pode representar
até dois milhões de toneladas ao ano em créditos de
carbono de projetos MDL.
MÚLTIPLA ESCOLHA
A Procter & Gamble, em
2006, no Brasil, conduziu
mais de 150 pesquisas sobre
hábitos dos consumidores.
Foram em média três pesquisas por semana. Mais de
30.000 pessoas foram ouvidas para orientar decisões
sobre lançamentos e embalagens, por exemplo.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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